TU FUMA ZÉ? - POR MUNDIM DO VALE

CAUSOS  LÁ  DE  NÓS - Por Mundim do Vale.

Dedicado ao advogado Mário Leal e a promotora Socorro Lemos.

TU  FUMA  ZÉ?

Zé  de  Priscila  era um moreno que vivia perambulando em Várzea Alegre.  Mas  trabalhar  que  era  bom ele nunca quis, nunca deu um murro numa broa.  Mentia  sem  ser  dia  primeiro  de abril e gostava mesmo  era  do  alheio.  Tirando  de  tocar  repique  de  vez em quando, nunca fez nada de proveito.  Por  lanterna  e  isqueiro era igual a menino por buzina.
Certo  dia  um  fiscal  de  algodão  botou  um  isqueiro “  sete lapadas “ no balcão da loja de Zé Teixeira e Zé surrupiou.
Foi  feita  a  queixa  amparada por testemunhas oculares e o delegado abriu o inquérito policial.
Remetido  o inquérito  para  o  promotor de  justiça, Zé  foi  pronunciado
no crime de furto.
A  repercussão  na  cidade  não foi igual  o caso da merenda escolar em  Fortaleza,  mas  não  deixou de atingir a curiosidade popular enquanto o processo tramitava.
O  denunciado pobre na forma da lei, não podendo constituir um advogado habilitado,  teve a sua defesa  patrocinada  pelo  Sr.  João Vieira que foi nomeado há-doc pelo juiz.
O  promotor  fez  a  acusação  alegando que, quem furta um tostão pode furtar  um milhão,  no  que  ficava  caracterizado o  crime de furto.
João  Vieira  defendia  a  tese  de  que  sendo  um  objeto de pequeno valor não se justificaria a condenação.
Depois  de três audiências o juiz proferiu a sentença na qual Zé foi condenado a seis meses de detenção.
Com  a  sentença  homologada  e o despacho de cumpra-se, João  Vieira   sentindo   a   sua  carreira  jurídica abalada,  se  dirigiu  ao condenado e perguntou;
- Ou Zé tu fuma?
- Não Senhor. Eu só gosto de mascar.
- E pra que diabo tu queria isqueiro Zé?

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