O COMBATE DE UMBURANA - Do livro: Sertão Sangrento - Luta e Resistência De: Jovenildo Pinheiro de Souza



O COMBATE DE UMBURANA
Do livro: Sertão Sangrento - Luta e Resistência
De: Jovenildo Pinheiro de Souza
Umburanas é uma localidade perto de Custódia, em Pernambuco, onde a
Coluna Prestes travou o combate mais importante, quando da passagem por este
Estado. O combate foi travado no dia 14 de Fevereiro (primeiro dia de Carnaval) de
1926, era, então, Governador do Estado, Sérgio Loreto. A tropa pernambucana era
composta de cerca de 200 soldados, comandados pelo célebre Coronel João Nunes,
velho perseguidor de Lampião.. Era, portanto, conhecedor da região e afeito à
dureza dos combates nas caatingas.
Vale salientar a opinião de outro célebre oficial militar, sobre o colega de farda, o
Coronel João Nunes. Segundo Optato Gueiros, que foi também por muitos anos
Comandante das Forças Volantes contra o cangaço, “o único comandante da tropa
que, de fato, cometeu desatinos, foi o Coronel João Nunes. Não tivesse ele mandado
fuzilar os pobres rapazes gaúchos que caíram prisioneiros nas mãos das tropas
legalistas em Floresta, em Nazaré, e determinado que se acabasse de matar um
pobre revoltoso, que, além de ferido estava tuberculoso, e se achava moribundo em
Campo Alegre, não teria a polícia de Pernambuco adquirido por algum tempo a
fama de perversidade".
Em Umburanas a Coluna Prestes preparou uma emboscada e na qual caiu a
tropa sob o comando do Coronel João Nunes. Diante da surpresa e do poder de
fogo por parte dos revoltosos, a tropa legalista bateu em retirada,
desordenadamente, perdendo no campo de batalha uma grande quantidade de
material bélico, além de ter perdido um quarto do seu efetivo militar, entre mortos e
feridos. 
O Coronel João Nunes já tinha tido a oportunidade de contatar a Coluna, no sul
do Estado do Piauí, quando enfrentou o destacamento comandado por Siqueira
Campos. Nesta ocasião, João Nunes saqueou e incendiou a cidade de Valença.
Em Umburanas, o Coronel João Nunes teve o seu Waterloo. Segundo descreve
Moreira Lima, “à frente dos fugitivos corria o Coronel João Nunes que abandonou
seus comandados em pleno combate, com um mísero poltrão, e gastou dois dias
para alcançar Custódia, a três léguas de distância, onde chegou ‘arrazado’, a pé e com
a roupa estralhaçada pelos espinhos da caatinga”. Anos depois, em 1930, esse
veterano perseguidor de Lampião, já aposentado da Polícia Militar de Pernambuco desde 1927, foi aprisionado por Lampião, quando repousava na fazenda Sueca, de
sua propriedade, em Águas Belas, Pernambuco.

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