FAZENDO JUSTIÇA AO INJUSTIÇADO ZÉ CALÚ. VÍTIMA DE LAMPIÃO NO ANO DE 1925 - POR GERALDO ANTÕNIO DE SOUZA jÚNIOR

 FAZENDO JUSTIÇA AO INJUSTIÇADO ZÉ CALÚ. VÍTIMA DE LAMPIÃO NO ANO DE 1925.

Nesse pedaço de chão (Fotos) localizado no cemitério público municipal da cidade pernambucana de Flores, está sepultado Zé Calú, além de outros familiares, que foi vítima de Lampião no ano de 1925.

Zé Calú, próspero fazendeiro da região, por não se submeter às vontades de Lampião que constantemente tentava extorqui-lo, pagou um alto preço ao ser preso e torturado por membros do bando cangaceiro e acusado injustamente de molestar sexualmente suas filhas, fato que Lampião utilizou para justificar o seu ato selvagem e brutal contra um homem trabalhador e de bem que era considerado e respeitado por todos na região em que morava juntamente com sua família.

Em conversa com antigos moradores da região e com uma das netas de Zé Calú (Dona Carmosa), durante viagem recente que realizei até os locais exatos onde os fatos aconteceram, pude, juntamente com o amigo pesquisador Fabiano Ferreira, coletar depoimentos e informações que colocam definitivamente por terra a falsa história que aponta a vítima como vilão e o vilão como uma espécie de justiceiro, contrariando aquilo que foi escrito por alguém no passado e quem vem sendo replicado em inúmeros trabalhos nos últimos anos e aproveitando também para esclarecer que Zé Calú não faleceu durante viagem à Juazeiro no estado do Ceará, conforme informações que encontramos em várias fontes, e sim anos depois, mas em decorrência dos ferimentos que sofreu ao ser torturado e pendurado pelos testículos, em uma linha (Madeira) da casa onde morava, por Lampião e seus comandados.

Fato é que essa história necessita urgente ser rescrita e que se faça justiça à Zé Calú que tanta injustiça sofreu durante a vida e principalmente após a morte.

Que a história cangaceira seja contada sem deturpações, floreios e fantasias, conforme deve ser.

Rabiscos: Geraldo Antônio De Souza Júnior