A CANJA NO LIVRO DE ALUÍSIO AZEVEDO

 

A canja aparece no livro "Casa de Pensão" de Aluízio Azevedo, como um alimento de restauração da saúde do personagem Amâncio, assim: " Amâncio tinha grande inappètencia e torcia o nariz aos ali-
mentos; mas-a pequena mettia-o em brios, chamando-o de — piegas, de fracalhão, dizendo que elle « parecia um nênem e que precisava levar uns petelecos
pára tomar juízo. » E atava-lhe ao pescoço o guardanapo, esfriava-lhe a canja, soprando amorosamente as colheradas, e, para lhe provocar o appetite, paparicava também do que vinha e, com estalinhos de lingua, dizia e repetia que estava tudo muito bom e muito gostoso. Elle, ás vezes, já se fazia mais doente e mais carecido de cuidados, só para desfructar os mimos da enfermeira". (1) O livro cuja história se passa na cidade do Rio de Janeiro, em fins do século XIX, mostra a canja como um alimento para restaurar a saúde. Em Jundiaí, São Paulo, no ano de 1839, Daniel Parish Kidder, relatou que quando pernoitou em uma hospedaria "Serviram-nos logo a ceia constituída de canja de galinha." (2) Interessante de observar que eu procurei em cinco dicionários diferentes o significado da palavra canja, sendo dicionários do século XIX e inicio do XX e não encontrei o termo. Contudo, Maria Lúcia Gomenoso nos diz sobre a Canja que: "De origem indiana, é hoje uma sopa feita com galinha, arroz, batatas, cebolinha e ervas. Originariamente, era uma sopa rala de arroz e ervas. Levada de Goa, cidade indiana, para Portugal no século XVII, aí foram acrescentados outros ingredientes (galinha ou frango) que a caracterizam hoje(...)."(3) Portanto, segundo a autora, a canja seria originalmente indiana, levada para Portugal da cidade de Goa. 
Referências.
📌 Lembramos que se você faz uso dos meus textos, peço que dê os créditos e faça a citação.
🛎O conteúdo deste blog está protegido pela lei n° 9.610 datada de 19-02-1998. Ao utilizá-los, não se esqueça de dar os créditos.
Canja. Acervo da autora. 2015.
(1)Aluizio Azevedo. Casa de Pensão. Tipos e Factos. Edição Popular (Terceira). Rio de Janeiro: FARO & LINO — EDITORES
1884.
(2) Kid der, Daniel P. Reminiscências de viagens e permanências no Brasil : Rio de Janeiro e Província de São Paulo / Daniel P. Kidder; tradução de Moacir N. Vasconcelos. -- Brasília : Senado Fed eral, Conselho Edito rial, 2001.p, 220.
(3)GOMENSORO, Maria Lúcia. Pequeno dicionário de gastronomia. RJ: Objetiva, 1999. p, 91. #daquiloquesecome #sidianamacêdo #foodhistory

Comentários

AO ACESSAR ESTE BLOG VOCÊ TENHA O PRAZER DE SE DEPARAR COM AS COISAS BOAS DA NOSSA TERRA! OBRIGADO E VOLTE SEMPRE!