Um estudo publicado na revista Applied Soil Ecology revelou que a desertificação da Caatinga reduz em mais de 50% a funcionalidade do solo, afetando sua capacidade de sustentar o crescimento de plantas e promover o bem-estar humano e animal.
A pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade Federal do Ceará (UFC) e do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) da Universidade de São Paulo (USP), analisou 54 amostras de solo obtidas em diferentes períodos e regiões do Núcleo de Desertificação de Irauçuba, no Ceará.
Os resultados indicaram que a degradação do solo causada pela ação humana, principalmente pelo pisoteio de animais, leva a uma redução significativa na porosidade, dificultando a infiltração de água e acelerando o processo de erosão.
Por outro lado, os indicadores biológicos, como composição microbiana, teores de carbono e atividade enzimática, mostraram-se favoráveis para o crescimento da vegetação e sequestro de carbono nas áreas estudadas.
O estudo também apontou que áreas restauradas, onde a ação humana foi impedida por mais de duas décadas, apresentaram índices físicos, químicos e biológicos próximos aos de áreas de vegetação nativa, demonstrando o potencial de recuperação da saúde do solo.
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