"Conspiração Mineira: Pensaram em fazer livre o Brasil, porém a vontade do povo opera o maior estelionato que há noticia na história dos países de livres" Charge do Periódico "O Mequetrefe" (1875-1893) Acervo da Biblioteca Nacional.
A charge do período republicano retrata os inconfidentes mineiros observando do além o índio que representa a nação brasileira, acorrentado pelo "julgo" dos Braganças Brasileiros.
Como demonstra José Murilo de Carvalho em A Formação das Almas (1990), nunca a construção histórica esteve tão presente no Brasil como na transição da Monarquia para a República. Nesse momento, o poder político sentiu necessidade da criação de valores republicanos na consciência popular, valendo-se, para isto, de uma ideologia que ajudou a construir os símbolos, as alegorias, os rituais e mitos do novo regime.
Os republicanos brasileiros tiveram uma árdua tarefa para a construção destes símbolos e contaram com a ajuda dos positivistas, presentes nas fileiras do Partido Republicano.
Dentre os vários símbolos criados pela República,
alguns tiveram a aceitação pelo público, como é o caso do maior símbolo nacional, ou como se refere o autor Paulo Miceli (1994), o herói nacional, Tiradentes, nacionalmente conhecido por liderar a conspiração separatista denominada Inconfidência Mineira, contra o domínio português. Quando a trama foi descoberta pelas autoridades, Tiradentes foi preso, julgado e enforcado publicamente em 1789. Por conta disso, desde o advento da República no Brasil, Tiradentes é considerado herói nacional: a figura de mártir foi criada pelos republicanos com a intenção de ressignificar a identidade brasileira
Tiradentes não foi criado pela República, mas sua imagem foi apropriada pelos vencedores, uma vez que o novo regime necessitava de uma figura forte que apagasse o então herói D. Pedro I, a imagem forte da monarquia.
Brazil Imperial (Facebook)
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