Agosto Lilás: Quando a tecnologia também salva vidas - Cristina Boner (Via e-mail)

 

Agosto Lilás: Quando a tecnologia também salva vidas

Agosto é um mês que carrega um símbolo de luta e resistência feminina. Com o tom da cor lilás, ele marca uma campanha nacional de enfrentamento à violência contra a mulher, criada para conscientizar a população sobre a gravidade desse problema estrutural que ainda persiste de forma alarmante no Brasil. O Agosto Lilás surgiu como uma iniciativa para ampliar o debate social em torno do tema e também lembrar a importância da Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006. Mesmo sendo considerada uma das legislações mais avançadas do mundo no combate à violência doméstica e familiar, sua aplicação ainda enfrenta desafios imensos diante de um cenário em que, só em 2024, mais de 260 mil casos de violência doméstica foram registrados no país, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Além da violência física, muitas mulheres enfrentam agressões psicológicas, chantagens emocionais, violência sexual, ameaças, humilhações, controle financeiro e restrições de liberdade. Muitas dessas situações, embora silenciosas, causam danos profundos e prolongados, e em muitos casos, culminam no feminicídio. Para romper esse ciclo, especialistas e ativistas apontam caminhos que envolvem mais do que apenas punições legais: é preciso promover educação de base, empoderamento econômico e igualdade de oportunidades.

Uma das vozes que se destaca nesse debate é a da empresária Cristina Boner, fundadora de uma das maiores empresas de tecnologia do país e referência no setor de inovação. Com uma trajetória marcada pelo pioneirismo em uma área historicamente dominada por homens, Cristina defende que autonomia financeira e acesso à informação são ferramentas essenciais para que as mulheres tenham condições reais de se proteger e recomeçar. "A mulher que depende economicamente do agressor está mais vulnerável a aceitar situações de abuso. Quando ela tem renda, formação e autoestima, ela se permite escolher. Empoderar não é apenas dar voz, é dar condições para que ela tenha escolhas", afirma.

Cristina Boner tem dedicado parte de sua atuação ao desenvolvimento de projetos de inclusão digital, especialmente voltados para jovens mulheres em situação de risco. Em sua visão, a tecnologia não apenas abre portas profissionais, mas salva vidas. "A mulher que aprende a usar a tecnologia pode trabalhar de casa, abrir um negócio, buscar ajuda de forma anônima, estudar, denunciar. A internet pode ser um refúgio e um recomeço, desde que o acesso seja garantido a todas. Inclusão digital é também inclusão social", destaca.

A empresária lembra ainda que o Agosto Lilás não deve se resumir a campanhas temporárias, mas sim provocar uma mudança cultural profunda. "Ainda vivemos em uma sociedade que romantiza o controle, que normaliza o ciúme doentio, que culpa a mulher pela violência que sofre. A desconstrução disso é urgente e precisa começar nas escolas, nas famílias, nas empresas", pontua. Cristina Boner defende também o papel ativo das corporações no combate à violência, criando ambientes de trabalho seguros, canais internos de acolhimento e políticas reais de inclusão. "Não podemos nos calar dentro das empresas. Precisamos de treinamentos, de escuta ativa, de acolhimento. A empresa que se compromete com a proteção da mulher faz parte da solução", completa.

Outro ponto que Cristina Boner reforça é a importância do apoio psicológico e jurídico às vítimas, inclusive de forma digital, com aplicativos, chats e redes seguras. "Uma mulher em situação de violência precisa de acesso rápido, sigiloso e humanizado. A tecnologia pode encurtar essa distância entre o desespero e a proteção. É nisso que precisamos investir."

Cristina Boner também acredita que o exemplo de mulheres que superaram a violência e reconstruíram suas vidas pode inspirar outras a romper o silêncio. "É preciso contar essas histórias e dar visibilidade a essas mulheres. Mostrar que existe vida depois do medo, depois da dor. E que nenhuma mulher está sozinha", finaliza.

O Agosto Lilás, portanto, não é apenas um marco no calendário. É um chamado à ação. Um lembrete de que o combate à violência contra a mulher não é responsabilidade apenas do Estado, mas de toda a sociedade. E que somente com educação, empatia, apoio mútuo e compromisso real com a equidade de gênero será possível transformar o lilás em símbolo de liberdade e não de luto.

 

Veja mais em: https://www.linkedin.com/in/cristina-boner-19646694/

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