A Morte do Primeiro Bispo da Bahia pelos índios Caetés em 1556. Ilustração de Rodolfo Iltzsche para a Revista "Suplemento Juvenil" 1945
Destacou visitadores para outras capitanias e se interessou pela cura das almas, pela justiça eclesiástica, pela elevação de paróquias e da Sé, e pelo clero. Procurou organizar a diocese com os escassos meios de que dispunha, estabeleceu o cabido para as funções litúrgicas a curiais. O bispo mostrou-se reto e energético, possuidor de boa formação teológica e jurídica, pensando que as autoridades religiosa e civil deveriam caminhar de maos dadas tendo em vista o bem comum. Mantinha em vigor os princípios que ja estavam sendo promulgados pelo Concílio de Trento, ainda não concluído.
A cerca dos indígenas Dom Pedro Fernandes não consentia que fossem admitidos a missa nus, não aprovava que usassem seus instrumentos musicais na celebração da liturgia, nem permitia confissões por intérpretes
Pero Fernandes Sardinha inimizou-se com os jesuítas, por serem esses religiosos mais tolerantes em relação aos costumes indígenas. O bispo severo e radical em seus princípios religiosos não sabia o que era “flexibilização”. Considerava que a catequização deveria ser rígida e capaz de atrair os nativos para a cultura europeia. Considerava, por exemplo, que os ameríndios só deveriam ser batizados depois que falassem o português, se vestissem e se comportassem como europeu.
D. Pero Fernandes Sardinha, passou à história como um religioso beligerante.
De pronto, incompatibilizou-se com os jesuítas, por causa dos indígenas, depois com D. Duarte da Costa, cuja disputa decorreu do mau comportamento de seu filho, D. Álvaro da Costa, que queria escravizar os indígenas, incluindo os catequizados, considerada inaceitável pelo bispo. Por conta dessa indisposição, foi o bispo chamado a Lisboa, mas o navio em que viajava, em companhia de cerca de 100 pessoas, naufragou no litoral de Alagoas em 15/06/1556 e, embora os viajantes se salvassem a nado, foram acolhidos e, depois, mortos e devorados pelos Indios Caetés. Em revide, as autoridades portuguesas condenaram toda nação caeté e seus descendentes à escravidão.
Triste fim do prelado, devorado pelos índios caetés, sem ter condições de serem avaliados os problemas que lhe causaram e que também provocou nos habitantes da Cidade do Salvador.
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