PEDRA
DE QUILO.
Há muitos anos passados, houve um
inverno pesado em Várzea Alegre e fez com que uma pedra grande rolasse da serra
até o sítio Riacho do Meio. No deslizamento a pedra desceu derrubando árvores e
deixando no seu percurso uma abertura, que mais parecia uma estrada. Nunca mais
nasceu mato naquele local. A parada final da pedra foi exatamente no meio do
riacho, onde dividiu o curso do rio em dois ramais.
Anos depois o espirituoso Pé Véi
trabalhava com Fatico na colheita de algodão. E um dia lá Pé Véi zangou-se com
Fatico e pediu as contas.
No domingo seguinte Fatico estava na
calçada conversando com alguns amigos, quando passou Pé Véi com uma trouxa e
falou:
- Fatico. Inté ôto dia. Eu vou
trabaiá catando argodão lá no Riacho do Mei, me dixero qui Leó paga muito bem.
Fatico com aquele jeito sereno que só
ele possuía, respondeu:
- Seja feliz, Pé Véi. Mas se por lá
não der certo, as portas do Buenos Aires estão abertas.
Na segunda feira seguinte, por volta
das 18 horas, Fatico estava conversando no mesmo local com os mesmos amigos,
quando avistou Pé Véi retornando. O ex patrão vendo que seu ex empregado
retornava de mala e cuia perguntou:
- Já de volta Pé Véi? O que foi que
houve? Você adoeceu?
- Aduecí não Fatico. Eu vou ficar é
por aqui mermo, pruquê a peda de quilo de Leó, é aquela qui rolou de riba da
serra.
Dedicado a Zé Haroldo Fiuza.
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