ZÉ GONZAGA E A AJUDA DO IRMÃO LUIZ

Fugindo da seca do sertão pernambucano, Zé Gonzaga, em 1939 saiu em direção ao sul do País em busca de ajuda dos seus irmãos Joca e Severino que moravam em São Paulo, ou Luiz, no Rio de Janeiro, que não via desde 1930.
Não achou os irmãos de São Paulo, escreveu para a mãe, D. Santana, pedindo o endereço de Luiz no Rio de Janeiro. E foi assim que numa manhã de março de 1940, numa pensão situada na Rua São Frederico, 14, no Morro de São Carlos no Rio de Janeiro, Luiz Gonzaga foi acordado antes da hora por D. Tereza, uma portuguesa, dona da pensão que lhe disse: - Gonzaga, acorda que cá está um gajo a dizer que é teu irmão. Gonzaga que ainda vivia no mangue tocando em praça pública para sobreviver, respondeu:

- Oxente D. Tereza, que diabo é isso?

Aí, tropeçando de sono foi até a porta, reclamando, e deu de cara com um rapaz moreno de olhos azuis iguais ao da sua mãe. Disse José, com quem Luiz sempre teve uma relação de amor e ódio, que ao aparecer aquele negão, de cara redonda, perguntou:

- Você é que é Luiz Gonzaga?

Eu sou José seu irmão, ao que Luiz respondeu:

- E você veio fazer o quê aqui, seu moleque safado que eu não mandei chamar ninguém porque eu estou pior que vocês?

- Eu vim praqui porque tá uma seca danada lá no Sertão e mãe mandou dizer pra tu dar um jeito de ajudar a gente.

De imediato, a ajuda de Luiz foi comprar um colchão para o irmão e pagar pra ele as despesas de hospedagem da pensão. Zé então com 19 anos passou a ajudar o irmão carregando-lhe a sanfona até o Mangue e a passar o pires no recolhimento das gorjetas. Depois com o passar do tempo e tendo Luiz Gonzaga ficado famoso, deu-lhe uma sanfona, o incentivo e abriu os espaços para o novo artista.

Fonte: Franzé da Aurora

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