HISTÓRIA DO CEARÁ - OS INTERVENTORES DO CEARÁ


  O Governo Federal criou o Código dos Interventores objetivando instituir uma linha político-administrativa comum, desestruturando as bases oligárquicas dos estados e moldando uma nova administração que se ajustasse aos reclamos do movimento tenentista e das oligarquias dos estados e das oligarquias dissidentes.
   Foram criados os Conselhos Consultivos dos Estados como um órgão de assessoria aos interventores, e por isso, gozavam de muita influência nas decisões administrativas sobre estados e municípios.
   No movimento revolucionário de 1930 alguns líderes tiveram um grande destaque, entre eles a figura de Juarez Távora, o qual foi nomeado Delegado Militar do Governo Provisório.Seu poder abrangia a  chamado na época a região norte, a partir da Bahia.
   Juarez Távora acumulou tanto poder intermediando  as ad ministrações dos interventores junto ao Poder Federal que foi chamado por seus adversários como "Vice-Rei do Norte".
   As oligarquias até então dominantes procuram adaptar-se  a nova estrutura do poder centralizador , buscando aproximar-se com o interventor que se encontrasse no poder naquele momento.
   Manuel do Nascimento Fernandes Távora, fundador do Partido Republicano, ao lado de alguns dissidentes do partido Democrata,  foi nomeado o primeiro Interventor civil do  Ceará.Na realidade, sua ascensão ao poder como Interventor não veio a se constituir no início de um processo de profundas e radicais transformações estruturais, visto que as críticas que fazia ao domínio oligárquico apenas expressavam uma postura de um liberalismo conservador de uma outra facção das elites do estado.
   Assim  assumiu o poder um novo grupo oligárquico: O TAVORISTA.Os integrantes do movimento tenentista passaram a se opor ao civil Fernandes Távora e a sua política de apadrinhamento em favor de seu grupo político, solicitaram de Getúlio Vargas a sua substituição na interventoria do Ceará, sendo em 1931 atendidos pelo Presidente, que nomeou o tenente Carneiro de Mendonça, como novo interventor do estado, com o o apoio do movimento tenentista
   No primeiro momento da revolução de 1930, foram nomeados civis como interventores para os diversos estados, exceto Pará e Sergipe..Entretanto, como consequência dos constantes atritos políticos envolvendo civis e militares , em 1931  a situação sofreu uma inversão , os estados passaram a ter governantes militares e somente Pernambuco e Paraíba mantiveram-se com interventores civis.
   o movimento tenentista adotou um apostura idealista de organizar um estado neutro, desvinculado com os interesses sociais conflitantes que o pressionavam. Para esses setores o interventor deveria ser militar , politicamente neutro em relação  aos conflitos envolvendo as oligarquias que perderam o poder com a Revolução de 1930, os decaídos, como eram denominadas de forma depreciativa, e as facções das elites que assumiram o domínio do estado.
   O novo interventor Carneiro de Mendonça  adotou uma política conciliadora procurando evitar misturar administração com politicagem.. entretanto, nas eleições para a constituinte Federal de 1933 setores sociais mais conservadores , integrantes da Liga eleitoral Católica (LEC), saíram vitoriosos, o que, em última instância, significou  a volta ao poder das elites sociais conservadoras.
   O interventor Felipe Moreira Lima, que havia substituído a Carneiro de Mendonça, , procurou governar apoiando a facção Tavorista, mas acabou perdendo o cargo devido as pressões da LEC.
   O fato que influenciou no sentido de que fossem realizadas eleições para a Constituinte federal foi a eclosão do chamada Revolução Constitucionalista de São Paulo, de 1932. Escondido por trás do discurso da volta ao Estado de Direito estava o interesse do PRP, representante das oligarquias cafeeiras de São Paulo de recuperar o poder. Dentro deste contexto de redemocratização que escolheria os constituintes que iriam elaborar uma nova constituição, a de 1934, a LEC, fundada em 1932 por iniciativa do Cardeal D. Leme e intelectuais católicos e membros do clero, se fortaleceu com o apoio da Igreja Católica e da sociedade conservadora. Toda a estrutura da igreja foi usada para levar os eleitores católicos a votarem nos parlamentares que apoiassem os valores católicos.
Fernandes Távora

  
   
  

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