Quando se aproximava a morte do coronel Eufrásio Alves Feitosa, tendo ele adquirido na Bahia uma imagem do Senhor Morto, para os festejos da semana santa, mandou buscá-la por algum de seus filhos ou genro e um grupo de escravos, que vinha fazendo o transporte da imagem, desde a Bahia, a pé. Quando chegaram em São Mateus, encontraram-se com um portador positivo que levava-lhes a notícia de que o Coronel Eufrásio estava enfermo gravemente. Os dirigentes da comitiva resolveram deixar a imagem na matriz de São Mateus e viajaram apressadamente, no intuito de alcançar o doente ainda com vida, mas já o acharam morto. Os herdeiros deste, talvez preocupados com coisas referentes a memória do seu querido morto, e, depois com os preparativos para o inventário, não se ativaram , no sentido de mandar no sentido de mandar buscar a imagem em São Mateus, e tal demora ocasionou um incidente de natureza bem grave, como passamos a referir: só decorridas muitas dezenas de anos, foi reclamada a vinda da imagem, mas houve oposição do dirigente e dos paroquianos daquela freguesia , Os representantes do coronel Eufrásio Feitosa, mal satisfeitos com a oposição ilegal, formaram um certo grupo de pessoas e marcharam até São mateus , no intuito de trazer a imagem, o que realizaram sem oposição. Perto de São Mateus o grupo fez uma demora perto de um poço, que por isso, passou a ser chamado - Poço dos Inhamuns.
Muito depois , pelos interessados nas festas religiosas em Tauá, foi pedida a imagem do Senhor Morto, para os festejos da semana santa, e lá ficou a imagem por muito tempo, e quando foi pedida a devolução da mesma, surgiu também oposição, e o incidente foi resolvido pelo Exmo.Sr. Bispo D. Luiz Antônio dos Santos, primeiro bispo do Ceará, em favor da freguesia de Arneiroz. Por morte do padre Antônio de sousa Rego, em 1891, a freguesia de Arneiroz ficou vaga, sendo regida pelos vigários das freguesias vizinhas: Saboeiro, Tauá, São Mateus e novamente, Saboeiro.
No tempo da gestão do padre José de Sousa Bezerra, numa das vezes que por aqui andou, vinha animado em levar a imagem, baseado na tradição de que antigamente tinha vindo uma imagem do Senhor Morto de são Mateus para Arneiroz, mas encontrou ele grande oposição em um septuagenário da família Feitosa, José Custódio Bizarria, que de tudo sabia Ao mesmo tempo, recebíamos um recado do coronel Joaquim Alves Feitosa, da Barra do Piauí, bom tradicionalista, que nos dizia que não deixassem o padre levar a imagem para São Mateus, porque com certeza a imagem pertencia a esta freguesia.o padre José de Sousa desistiu, porém em palestra conosco declarou que acreditava que a imagem pertencia a São Mateus, porque lá havia um cruzeiro, trabalhado com muita arte, que ficara bem de acordo com a imagem daqui. cujas medidas dos cravos , dos espaços entre os buracos dos cravos, na imagem e no cruzeiro correspondiam exatamente, ao que replicamos, que talvez a imagem tivesse sido adquirida na Bahia com o cruzeiro, e que devido a demora que teve em São Mateus, resultou lá ficar ele , por terminar o transporte já por outra comitiva, muitos anos depois.O padre José de sousa não insistiu mais, porém é provável que tenha continuado a pensar que a imagem pertencia mesmo aquela freguesia.
Em algumas dezenas de anos atrás, pediram a imagem de Tauá, para os festejos da semana santa e, quando chegaram os encarregados do transporte, uma mulher septuagenária, que sabia de todos estes acontecimentos, ficou em desacordo com a ida da imagem novamente para Tauá e com ela, outras mulheres.
Os encarregados do transporte eram o tabelião Pedro Alves Feitosa e Antônio de Andrade, que já bastante velho, mas ainda recebeu uma pedrada de uma mulher descontente, que fazia parte do cortejo que acompanhou o saimento da imagem até o Riacho do Mucuim, cerca de 150 braças acima de Arneiroz. Antônio Carlos de Andrade, a vítima da pedrada, era tio do padre pedro Leão de Andrade
Extraído do livro: Tratado Genealógico da Família Feitosa, 1985
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