LITERATURA DE CORDEL

5 - Galope a Beira-Mar

Gênero muito apreciado pelos Apologistas da Poesia Popular que, juntamente com o Martelo, recebeu a denominação de “Décima de Versos Compridos”. O Galope é assim chamado em virtude de ser empregado mais em temas praieiros. É constituído de estrofes de dez versos de onze sílabas, seguindo a mesma distribuição de rimas da Décima, sendo que o último verso deve, invariavelmente, terminar com a palavra MAR.

Foi criado pelo violeiro cearense José Pretinho, filho de Morada Nova, vaqueiro do "coronel" José Ambrósio, falecido em Lavras da Mangabeira. Contam que José Pretinho, após levar uma surra, em Martelo, de Manoel Vieira Machado, Cantador piauiense, veio a Fortaleza e, na Praia de Iracema, observou o mar, cujo movimento das ondas se parecia com o galope dos cavalos da fazenda do "coronel" Ambrósio. Criado o estilo, procurou o adversário para a desforra. Deixou-o aniquilado. Mergulhão de Sousa divulgou o gênero por todo o Nordeste. Dimas Batista, cantando no Teatro Santa Isabel, em Recife, improvisou sob aplausos:

A - Cantando um Galope ninguém me humilha,
B - Pois tudo o que existe no mar aproveito,
B - Na ilha, no cabo, península, estreito,
A - Estreito, península, em cabo e na ilha,
A - Navio, lá na proa, em bússola e milha!
C - Medindo a distância eu vou viajar,
C - Não quero, da rota, jamais me afastar,
D - Porque me afastando o destino saí torto;
D - Confio em Deus pra avistar o meu porto,
C - Cantando Galope na beira do mar!
FONTE; ACADEMIA BRASILEIRA DE CORDEL

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