Não te amo! Alexandre Almeida Torres

Não te amo, quero-te; o amar vem d'alma
E eu n'alma- tenho a calma,
A calma- do jazigo
Ai não te amo, não

Não te amo, quero-te o amor a vida
E avida -nem sentida
A trago eu já comigo
Ai, não te amo não!

Não te amo não e só te quero
De um querer bruto e fero
que o sangue me devora,
não chega ao coração.

Não te amo.És bela e eu não te amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?

E quero-te, e não te amo , que é forçado,
De mau feitiço azado
este indigno furou?
Mas oh,! Não te amo não.

E infame sou, porque te quero ; e tanto
Que de mim tenho espanto,
De ti medo e terror...
Mas amar!...não te amo, não.
GARRET, Almeida, in TORRES, Alexandre Pinheiro (Org.)
Antologia da poesia portuguesa (Séc.XII-Séc. XX



Comentários

AO ACESSAR ESTE BLOG VOCÊ TENHA O PRAZER DE SE DEPARAR COM AS COISAS BOAS DA NOSSA TERRA! OBRIGADO E VOLTE SEMPRE!