Foi em uma noite antes da Páscoa que Jesus celebrou a Santa Ceia com
seus 12 discípulos, sob a forma de uma refeição no fim do dia. Mas o que
essa cena tem a ver conosco, em pleno século XXI?
Para
compreender isso, vamos voltar até a Antiguidade. A Santa Ceia trata de
um cálice. No Egito antigo, Hermes Trismegisto, o “três vezes grande”
(tido como o autor de um conjunto de textos sagrados, o Corpus
Hermeticum, contendo ensinamentos sobre artes, ciências, religião e
filosofia), também fala de um cálice,
uma cratera: “Ele enviou para baixo uma grande cratera cheia de forças
do Espírito e um mensageiro para anunciar aos corações dos homens a
tarefa: Mergulhai nesta cratera, vós, almas que podeis fazê-lo; vós que
crestes e confiastes em que ascendereis até ele que enviou para baixo
este vaso de mistura; vós que sabeis para que objetivo fostes criados”.
Que estamos fazendo com nosso cálice? Ele está purificado e cheio de
forças do Espírito? Ou ele não passa de um poço de contradições? De que
nos adiantaram os dois mil anos de cristianismo? Compreendemos que a
vida de Cristo é um símbolo a ser imitado? Que na gruta de nosso coração
a luz deve nascer? Que no Gólgota – o lugar do crânio – o velho homem
deve morrer a fim de que se erga a cruz de luz, Cristo, a alma-espírito
vivente?
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