A velha mangueira - Por Sestor Azimbara

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Ontem peguei um banquinho, levei-o para uma vereda dentro da mata e sentei debaixo de uma velha mangueira, combalida pelos ataques das bromélias.
A sombra confortável, o cântico dos pássaros e a companhia impagável da mata me trouxeram uma paz profunda. Senti-me tão à vontade que comecei a fazer reflexões em voz alta. Minha voz, que para os pássaros deve ser um barulho incômodo, cortou o silêncio e se espalhou na folhagem até alcançar uma ave enorme, de rabo extenso, que parecia observa-me. Sua beleza me encantou. Olhei-o por vários minutos, até que sua insegurança por me ver ali o fez desaparecer.
Voltei a falar sozinho. Por um momento, ri de mim mesmo por causa do monólogo que, na verdade, era um diálogo interior tentando dirimir dúvidas comportamentais. Não me importei com o fato de falar sozinho. Afinal, tão sozinho, como estava, quem iria me achar louco?
Algumas dúvidas viraram convicções, outras se aprofundaram. mas confirmei uma certeza que já cultivava: Ali era o meu lugar. Sempre foi. Mesmo quando morava em cidades, os quintais eram os espaços mais atraentes.
A cidade tem seus encantos, sua vitalidade, seu dinamismo e milhares de presenças físicas de pessoas de almas ausentes. Mas as árvores, com suas almas sutis, e seus moradores encantadores, são companhias imprescindíveis para qualificar a vida.
Sestor Azimbara

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