FRANCISCO GREGÓRIO DA COSTA (NEGO DE ANINHA) POR Tiburcio Bezerra De Morais Neto

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FRANCISCO GREGÓRIO DA COSTA (NEGO DE ANINHA)
Hoje morreu um amigo por quem sempre nutri um elevado grau de amizade. A bem da verdade, tratava-se de uma pessoa simples, amistosa e muito fiel aos inúmeros amigos que colecionou ao longo da existência.
Refiro-me a Francisco Gregório da Costa, o popular Nego de Aninha. Comerciante do ramo de bar, soube como ninguém, conduzir o seu negócio, enquanto a saúde lhe permitiu.
Seu bar não tinha nome de fantasia como acontece com os similares. Sua figura tanto se identificava com o negócio, que a população da cidade habituou-se com a denominação singela de Bar de Nego.
Assim viveram juntos, ele e o bar. Um se parecia com o outro. O trabalho diuturno e perseverante garantiu-lhe a criação e a educação de uma família bem sucedida. Assegurou-lhe os prazeres de uma vida modesta, porém honrada.
Instalado na principal rua da cidade, o Bar de Nego resistiu até a morte de Luiz Proto, proprietário do prédio, cuja desocupação tornou-se necessária, em virtude do processo de partilha entre os herdeiros do falecido.
Luiz, que era seu devotado freguês e muito amigo, cobrava um aluguel simbólico e nunca fez um contrato. Dizia até que o prédio era de Nego, enquanto ele, Luiz, vivesse. Depois de décadas, Nego mudou-se para a rua Figueiredo Correia, indo negociar em prédio próprio.
O Bar de Nego foi cenário de muitos episódios marcantes na vida boêmia da cidade. Remonta aos tempos em que não circulavam drogas e nem havia violência. Reunia jovens e adultos numa atmosfera de alegria e congraçamento.
Vizinho ao Recreio Social, transformou-se numa extensão do mesmo e virava passarela obrigatória para românticos namorados nas noites festivas. Abrigou numa noite memorável a orquestra internacional de Lujan Cardillo, impedida de apresentar-se no Recreio Social, em decorrência de um temporal. Assim, Nego e seu Bar entraram para a história.
O tempo passou. O bar já não existe mais. Com a morte de Nego, apaga-se a última centelha do que restou. Fica a saudade como um traço final dos tempos em que fomos felizes. Resta-nos agradecer a Nego de Aninha. Resta-nos encomendar-lhe a Deus. Resta-nos hipotecar à sua família a nossa solidariedade.

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