Padre Cícero em Roma - Por Prof. Lailson Feitosa



Padre Cícero Romão Batista.Em 1898, o nobre reverendo esteve em Roma, a cidade eterna. Uma viagem muito cansativa e perigosa. O vapor, apresentava uma série de desconforto, além de riscos de contaminação por uma série de doenças infectocontagiosas. Atravessar o Atlântico até o velho continente, significava passar de 20 a 30 dias navegando sob ansiedade e medo. De Juazeiro do Norte para Salgueiro, de Salgueiro para Recife,e o  então governador, que era seu amigo, o presenteou com a passagem. Recife, destino Itália, Porto de Nápoles. Ali estava o nosso padre, cratense, sertanejo o construtor e defensor perpétuo do Juazeiro e dos romeiros. Corajosamente, em companhia de seu amigo Padre João Davi, Padre Cícero enfrentaria sérias dificuldades em Roma, entre as quais, a língua italiana e, principalmente, poucos recursos financeiros para sua estadia. Padre Cícero não tinha certeza se demoraria ou não para ser atendido pelo então Tribunal do Santo Oficio, atualmente, Congregação para doutrina da Fé, mas, foram 8 meses, meses difíceis, e o dinheiro acabou. Reverendos italianos o acomodaram nos aposentos da igreja de San Carlo, e de Roma padre Cícero solicitava de seus amigos ajuda financeira, que era prontamente atendido, além das missivas orientar os fazeres domesticos e cotidianos de sua mãe e irmãs, e claro, dos romeiros e de seu Juazeiro. Em Roma padre Cícero não foi um turista e sim um romeiro propriamente dito. Até o dia de sua absolvição, o nobre reverendo conheceu os lugares sagrados do cristianismo em Roma. Ele esteve na sepultura do apóstolo Pedro, no local onde São Paulo disseminou o Cristo aos pagãos romanos. Nas catacumbas do subsolo romano, locais pioneiros do cristianismo exerciam sua fé escondidos dos olhos dos imperadores pagãos. Ele esteve nas ruínas dos templos pagãos, na escada Santa localizado dentro da basílica de São Pedro, Ele esteve na Capela Cistina, ali assistiu uma missa celebrada pelo Papa Leão XIII, Além de admirar as artes renascentistas e todo ritual. No coliseu romano Padre Cícero chorou, sentiu as dores daqueles cristão que foram mortos por feras ou por gladiadores. Estes passeios não significava um turismo e sim uma forma de superar suas ansiedades e angústias em terras distantes e sem a certeza de sua absolvição. Padre Cícero foi um ser humano extraordinário, corajoso, obediente a sua igreja, inteligente e forte.

 Prof. Lailson Feitosa

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