A história de Tenório Cavalcanti, o Deputado Pistoleiro -Texto - Joel Paviotti

A história de Tenório Cavalcanti, o Deputado Pistoleiro.
Cavalcanti foi um político bastante conhecido e temido na região da Baixada Fluminense. Radicado na cidade de Duque de Caxias se lançou na carreira política ainda jovem sendo eleito deputado estadual e Federal pelo Estado do Rio de Janeiro. 
Ficou bastante conhecido por andar junto com alguns capangas e carregar consigo uma submetralhadora MP40, a quem deu o singelo nome de Lurdinha. 
Durante a vida política fez muitos inimigos, pois não aceitava certos conchavos com bandidos, que segundo ele, faziam parte da quadrilha comandada por Getúlio Vargas. Em vida desagradou a elite política que controlava a região da Baixada, pois, se recusava a se aliar com os políticos mais tradicionais. Por várias vezes foi suspeito de mandar matar desafetos políticos, entre eles, o delegado Albino Imparato, enviado por Getúlio Vargas para investiga-lo em casos de contravenções penais do jogo do bicho e lenocínio. Imparato foi fuzilado na porta de casa, Cavalcanti foi tratado como principal suspeito do crime, mas, políticos influentes como Afonso Arinos e Nereu Ramos usaram de seu prestigio para encobrir o caso. 
O deputado também ficou bastante conhecido por desenvolver obras de infraestrutura na região da Baixada visando dar empregos para imigrantes nordestinos, já que era proveniente de alagoas e chegou no Rio de Janeiro na mesma condição que muitos conterrâneos. 
Era comum que desavenças ocorridas entre vizinhos em Duque de Caxias fossem levadas para que o político resolvesse, tamanha a força, poder,respeito e medo que construiu junto a população.
Muitas histórias inusitadas e peculiares fizeram parte da vida de Tenório Cavalcanti, um exemplo foi quando ele fez Antonio Carlos Magalhães sofrer de incontinência urinária dentro da câmara dos Deputados:

No episódio, Tenório discursava na Câmara dos Deputados. Durante a fala acusou o então presidente do Banco do Brasil, Clemente Mariani, de desviar verbas da instituição para enriquecer ilicitamente. Antônio Carlos Magalhães, então deputado e baiano como Mariani, defendeu o conterrâneo respondendo que:
"Vossa Excelência pode dizer isso e mais coisas, mas na verdade vossa excelência é um protetor do jogo e do lenocínio, pois é um ladrão."

O homem da Capa Preta, então, sacou sua metralhadora e, empunhando frente a face de ACM, berrou: 
"Vai morrer agora mesmo, seu safado!". 
Alguns dos funcionários da Câmara Federal tentaram impedir o assassinato. Antônio Carlos Magalhães, tremendo de medo, teve uma incontinência urinária. 
Por fim, Tenório resolveu não atirar. Rindo da situação em que ACM se encontrava, recolheu a arma, dizendo que "só matava homem".

Após esse acontecimento, Tenório teve o mandato suspenso por quase um ano. Até o golpe Militar de 1964, quando Antonio Carlos Magalhães exigiu aos generais sua cabeça. Cavalcanti teve os direitos cassados e foi perseguido pelos militares durante quase 10 anos. Morreu em sua casa, de pneumonia, em 1987.
Texto - Joel Paviotti

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