ESTE MATUTO É MEU PAI- Por Jiderval Seu Zezé

ESTE MATUTO É MEU PAI” Ah! Saudade!
A saudade é todos os dias, mais hoje amanheceu lascando. Estou falando Cirilo João da Silva, de Seu Cirilo, meu pai. Natural do Sitio Saco, Município de Milagres. Morou por muito tempo no Sitio Serra Brava e depois Sitio Barreiros – ambos municípios de Milagres. Nasceu em 18 de fevereiro de 1917 e faleceu em 18 de maio de 2001, em Crato aos 84 anos, vitima de um câncer de próstata. Filho de João Inácio da Silva e Josefa Francisca de Jesus. Irmãos: Zé Piau (tocador de Pife), Ernestina, Maria Eulina, Juvenal e Ventura, todos já falecidos e casado com Alice Maria da Silva. Seu Cirilo e Dona Alice, trabalhadores da roça das “mãos calejadas do cabo da enxada, não sabiam de nada da vida do sul” como diz Messias Holanda na Pa-rai-ba. Tiveram 11 filhos: Manoel Cirilo da Silva(iá), João Cirilo da Silva(João), Francisco Cirilo da Silva (Chico), Francisca Luzanira da Silva(Luza), Maria Alice da Silva (Baia), Josefa Alice da Silva (Finha) Luiz Cirilo da Silva(Luiz), José Gilvan da Silva(Gilvan) Antonia Alice Bezerra da Silva(Tonha) José Iderval da Silva(Zezé) e Maria Socorro da Silva(Corrinha).
Junto a esta saudade lascada, uma tristeza, aliás, duas. Primeiro é que comemoramos o aniversário de Dona Mãe, Tiquinha minha tia, do Bisneto de Dona Mãe e papai, dia 18 de fevereiro ficou esquecido. Bem que o poeta diz “quem não quiser ser esquecido se ajeite pra não morrer”. Segunda, é que como filho, é não ter tido a iniciativa, a inteligência de registrar através de fotos e filmes, a pessoa folclórica e cultural que era papai. Quando tomava umas “bicadas” soltava o artista que tinha preso dentro dela, tocava sanfona, fazia improvisos, todo mundo do sitio tinha um apelido que ele botava e ninguém achava ruim, ao contrario gostavam de suas brincadeiras. Quando ele pegava a sanfona que tinha guardada em um baú, a primeira música que ele tentava tocar e cantar era “o cheiro da Carolina”. Ah! Saudade. Fazia a maior festa do Coração de Jesus, era o dia todo com comidas para quem chegasse, era um festival e fogos e cantorias com as melhores duplas de cantadores de viola da região.
Vou concluir, não por falta de assuntos, mas para diminuir as lágrimas que descem dos olhos e amenizar a dor do meu peito, repetindo o que diz o poeta em seus versos “este matuto é meu pai”. A nossa história, a nossa cultura e as nossas raízes e motivo de muito orgulho para toda família.
Seu Zezé
27 de fevereiro de 2019.

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