O CASO DA EXPLOSÃO DE UM DISCO VOADOR EM UBATUBA

1957 – O CASO DA EXPLOSÃO DE UM DISCO VOADOR EM UBATUBA Em 1957, o colunista do jornal “O Globo”, Ibrahim Sued, recebeu a seguinte correspondência anônima: "Como leitor assíduo do jornal, quero proporcionar-lhes um verdadeiro furo jornalístico a respeito dos discos voadores; se é que acredita na existência deles. Até alguns dias atrás eu mesmo não acreditava. Mas enquanto pescava na companhia de vários amigos, perto de Ubatuba, vi um disco voador aproximando-se da praia numa velocidade incrível, prestes a chocar-se contra as águas, quando, num impulso fantástico, elevou-se rapidamente e explodiu".. "Atônitos, acompanhamos o espetáculo, quando vimos explodir em chamas e fragmentos que mais pareciam fogos de artifício. Esses pedaços caíram quase todos sobre o mar, mas muitos caíram perto da praia, o que facilitou o recolhimento de uma parte do material tão leve que parecia papel. Aqui, anexo uma pequena amostra do material, que não sei a quem devo confiar para análise. Nunca li artigos que relatassem sobre pedaços desprendidos de UFOs, a menos que as autoridades militares tenham também impedido essas publicações. Certo de que este assunto muito lhe interessará, mando-lhe duas cópias desta". A carta tinha três amostras do suposto Disco Voador, que havia explodido. O colunista Imbrahim Sued decidiu entregá-las para o ufólogo Dr. Olavo Fontes, um dos pioneiros da ufologia nacional. O Dr. Fontes enviou uma das amostras para o Departamento Nacional de Produção Mineral do Ministério da Agricultura. Sob responsabilidade da Drª Luiza Maria Barbosa, foi realizada uma análise espectrográfica do material. O resultado indicou que se tratava de uma liga de metal magnésio com pureza na ordem de 99%. Não há algo assim disponível na natureza e pensava-se na época, que não existia tecnologia disponível para usinar algo com esse nível de pureza. O Dr. Olavo Fontes encaminhou as outras duas amostras para o Dr. W. Walker e para o dr. Robert W. Johnson, ambos engenheiros metalúrgicos da Universidade do Arizona (EUA). Foi confirmado o resultado obtido anteriormente, onde os laudos assinados pelos dois engenheiros acima continham comentários do tipo: "estamos diante de uma liga de metal na qual tem como síntese algo que nos levaríamos a associar uma tecnologia não terrestre". Os membros do Colorado Project, em sua procura por evidência física que poderia tender a apoiar a ETH, obtiveram amostras dos fragmentos de magnésio de Ubatuba e os enviaram para análise pelo Departamento de Laboratório Nacional. O método escolhido era aquele conhecido como análise de ativação de nêutrons. Para comparação, uma amostra triplamente sublimada de magnésio foi adquirida da “Dow Companhia Química”. A amostra era semelhante a amostras que a companhia tinha provido por encomenda durante pelo menos 25 anos. Já em 1940, a “Dow” tinha produzido um grupo de 700 gm de magnésio que continha nominalmente a mesma concentração de estrôncio que foi observada na amostra de Ubatuba. A conclusão do Projeto era que não havia nada estranho ou sobrenatural na composição do fragmento de Ubatuba e que não havia nenhuma razão para supor assim que eles eram de origem extraterrestre. De acordo com o Relatório de Condon, nenhum mercúrio foi descoberto no magnésio de Ubatuba, mas 2.6 p.p.m. foi descoberto na amostra da Dow. Roy Craig, o autor desta seção do Relatório Condon, não faz nenhum comentário sobre a ausência de mercúrio da amostra de Ubatuba, presumivelmente ele e seus assessores não consideraram isto como de qualquer grande significação. Saunders deduz de seus argumentos, particularmente sobre a ausência de mercúrio, que pode ser dito que a amostra é 100 por cento pura, já não há nada nela por acidente. Porém, aparte a ausência de alumínio e mercúrio, a amostra de Ubatuba tem maiores proporções de cada uma das outras seis impurezas listadas no Relatório Condon quando comparada à amostra da Dow. Infelizmente, os processos de análise das amostras acabaram por destruir todo o material. Aparte as discussões técnicas relativas à composição das amostras de magnésio, o caso de Ubatuba foi mantido vivo durante os anos por meio de suposições não comprovadas sobre sua origem. Por exemplo, os Lorenzens escrevem: “O fato do material não ser 100% puro magnésio não minora o impacto do caso, visto que nós ainda temos que explicar como aquele magnésio chegou a uma área de praia remota naquele momento. Que tipo de máquina era o objeto discóide brilhante que explodiu? “ Só que não há nenhuma evidência convincente de que as amostras vieram de um disco voador, ou de que foram apanhadas de uma praia em Ubatuba, ou em qualquer outro lugar. As amostras surgiram no escritório de um colunista da sociedade do Rio de Janeiro, onde chegaram pelo correio. O escritor da carta que acompanha as amostras e suas outras alegadas testemunhas do avistamento nunca foram localizadas. Outra questão é que quem escreveu a carta para o colunista Ibrahum Sued, jamais se identificou e nunca, qualquer outra pessoa que tivesse assistido aquele incidente apareceu para confirmar o ocorrido, coisa que seria normal quando muitas pessoas assistem a mesma coisa. Nos anos seguintes várias equipes de pesquisadores estiveram em Ubatuba e praias próximas a procura de testemunhas ou restos do “Disco Voador”, mas ninguém em nenhuma praia lembrava ou tinha conhecimento que um Disco Voador tivesse caído ou explodido lá em 1957. Outra questão é que naquela época havia grande interesse das Forças Armadas sobre o “fenômeno Discos Voadores”, entretanto não encontrei registros de que o as forças armadas tenham feito alguma pesquisa sobre a ocorrência nem de que os habitantes da região lembrem tervisto militares fazendo a varredura na área. A conclusão mais racional neste caso é que o caso de Ubatuba foi uma mentira ou uma brincadeira de mau gosto. Nunca, em nenhuma situação, algum Disco Voador explodiu em Ubatuba, pois do contrário surgiriam testemunhas, tanto em Ubatuba como forasteiros que lá estiveram quando do incidente. Deve ser considerada uma das fraudes de maior sucesso na história da ufologia, em vista do longo tempo e da imensa quantia de dinheiro que foi gasto em uma grande quantidade de perícias técnicas utilizadas na análise das amostras. FONTES: FONTES, Olavo T. A report on the investigation of magnesium samples from a UFO explosion over the sea in the Ubatuba region of Brazil , published as a chapter of The Great Flying Saucer Hoax, by Coral E. Lorenzen, William Frederick Press, New York/APRO, 1962 GILMOR, Daniel S. (ed.) Scientific Study of Unidentified Flying Objects, Bantam Books, New York, 1968 SAUDERS, David R. and Harkins, R. Roger. UFOs? Yes! Where the Condon Committee Went Wrong, Signet Books, New York, 1968 LORENZEN, Coral and Jim. UFOs, the Whole Story, Signet Books, New York, 1969 BULHER, Walter e PEREIRA, Guilherme. O Livro Branco dos Discos Voadores. Petrópolis: Ed. Vozes, 1983. GRANCHI, Irene. Fragmentos e traços físicos de OVNIs. OVNI Documento, Rio de Janeiro, nº 2, p. 6-8, janeiro 1979.

Comentários

AO ACESSAR ESTE BLOG VOCÊ TENHA O PRAZER DE SE DEPARAR COM AS COISAS BOAS DA NOSSA TERRA! OBRIGADO E VOLTE SEMPRE!