Cangaço : Jorge Horácio Vilar ( O Quinta- feira)


Jorge Horácio Vilar era vaqueiro da fazenda Ipueira, de Santilio Malta, próximo a Canapi - AL. Era considerado o melhor Vaqueiro da região de Mata Grande - AL. Sua casa ficava voltada para o serrote da Mina Grande. Certo dia, no ano de 1934, Lampião pediu que ele matasse um bode a fim de alimentar o bando que estava ali de passagem. A polícia soube do fato pela boca de uma fuxiqueira chamada Ana Rosa, vizinha e comadre de Jorge Horácio. Acusado de coiteiro, Jorge foi levado preso para Inhapi (AL) pela volante do Tenente José Joaquim. Os soldados molestaram sua mulher e espancaram o filho, de 9 anos de idade. Em Inhapi (AL), o preso foi submetido a um suplício tão desumano que as pessoas que moravam perto da cadeia tiveram de fechar as portas e janelas por não suportar ouvir os gritos do infeliz vaqueiro. O homem levou tanta pancada que, para tratá-lo, com o corpo todo inchado, a família não pode tirar a roupa dele, foi preciso rasgá-la.
Horácio passou 4 meses de cama quando melhorou, colheu o que restou da roça naquele inverno, pois tudo em casa e disse à mulher, dona Josefa Bela Tiete (Zefa Bela), então misterioso:
- Bela, eu num vou cumê nada disso... Vou fazê uma viage.
Não explicou para onde ia. Foi procurar Corisco e pediu que o aceitassem em seu grupo. Era uma quinta-feira. Daí o seu apelido - Quinta-Feira.
Jorge Horácio tinha então 43 anos de idade. Toda sua habilidade de vaqueiro foi incorporada ao novo ofício. Era eficiente em tudo andou uns tempos com corisco e depois com Ângelo Roque, o Labareda, sua fama chegou aos ouvidos de Lampião, que o convidou para o seu grupo com a morte de Virgínio, Quinta-Feira assumiu o seu lugar como o terceiro homem na hierarquia do bando, somente abaixo do próprio Lampião e Luiz Pedro.

ARAÚJO. Antônio Amaury Corrêa de. Lampião: as mulheres e o Cangaço. São Paulo: Traço Editora, 1984. p. 291-295

ARAÚJO. Antônio Amaury Corrêa de. Gente de Lampião: Corisco e Dadá. São Paulo: Traço editora, 1982, p. 132.

IRMÃO, José Bezerra Lima. Lampião: a raposa das caatingas. Salvador: JM Gráfica, 2014.

Texto: Joel Reis do Cangaço e Cultura.

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