A GRIPE ESPANHOLA
Em 1918 a Gripe Espanhola chegou ao Brasil a bordo dos navios que vinham da Europa, espalhando-se pelo País. Se você pensa que Taubaté ficaria fora dessa, tenho pena da sua mentalidade.
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Em Taubaté no velho Hospital de Santa Isabel, hoje Hospital Escola, faltava espaço para tanta gente.
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Os doentes ficavam nos corredores das enfermarias porque não havia leitos.
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Na Companhia Taubaté Industrial foi aberto um galpão de emergência nos salões da antiga Fábrica de Malhas que ficava na Rua Benjamin Constant.
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Era improvisação por toda parte para suprir a falta de espaço no Hospital completamente lotado e sem ter como atender os doentes que chegavam de todas as partes da cidade.
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O industrial Félix Guisard, com toda a sua experiencia e cultura em diversos setores, ensinava os enfermeiros voluntários as fórmulas básicas para atender aqueles que procuravam a fábrica sem ter a quem recorrer.
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Os alunos taubateanos da Escola de Farmácia em Pindamonhangaba foram chamados para socorrer nas improvisações. Os sintomas eram febre e suadouro forte.
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A cidade foi ficando deserta. Os defuntos eram carregados em caminhões até a subida da Rua Humaitá, rumo ao Cemitério Municipal.
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Por todos os lados vinham notícias de novas vítimas. A gripe era implacável. Atacava velhos, moços, crianças.
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Faltavam até pessoas para conduzir os caixões e os soldados da Polícia Militar eram chamados para fazer o penoso serviço.
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A sabedoria popular ensinava a comer muito alho par fortalecer o corpo e não se deixar prostrar.
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No mês de Dezembro de 1918 a Espanhola foi aos poucos amainando, restando apenas os mortos a chorar em toda a região do Vale do Paraíba.
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A Gripe deixou um rastro negro em Taubaté, atingindo de modo fatal muitas famílias da cidade, que aos poucos foi se recuperando lentamente.
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* CAPÍTULO DE MEU LIVRO "TRIBOS DE TAUBATÉ" lançado em 2018.
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