O CORONEL EMÍDIO SARMENTO E O CANGACEIRO CHICO PEREIRA


"PATRIMÔNIO E MEMÓRIA"

O CORONEL EMÍDIO SARMENTO e o CANGACEIRO CHICO PEREIRA.

O Coronel Emídio Sarmento, teve dois momentos com o Chico Pereira. O primeiro momento, foi em 27 de julho de 1924, quando Chico Pereira e bando, invadem a cidade de Sousa, e após Chico Pereira ter tomado o juiz, Dr. Archimedes Soutto, das mãos do outro cangaceiro por nome ‘’Paizinha’’. Atendendo a pedidos de populares, o Coronel Emídio Sarmento, vai até Chico Pereira e pede que ele libere o juiz daquela humilhação, pois se tratava da autoridade maior da cidade.

Chico Pereira: quem é você? Não lhe conheço e nem lhe tenho amizade.
Coronel Emídio: Não somos amigos, mas podemos ter respeito um pelo outro... E então o juiz foi liberado, após o Coronel ter distribuído, todo o dinheiro que dispunha naquele momento entre os cangaceiros que o rodeava.
Em um segundo momento, o Coronel Emídio, recém casado, encontrava-se em uma fazenda no cadeado, acompanhado de sua esposa Maria Olivia Rocha de Sá, em virtude de uma festa de casamento, quando ela percebeu que Chico Pereira, se encontrava naquele salão, a dançar junto com seus ‘’ cabras’’. Temendo uma confusão, já que Chico Pereira estava sendo procurado pela polícia, Maria Olivia, pede ao Coronel Emídio, para irem embora da festa, atencioso cavalheiro, o Coronel Emídio atende ao pedido de sua esposa. Ao fazer a travessia do rio, acaba atolando seu carro, e em seguida, chega o Chico Pereira com seu bando, pegam o carro a mão e coloca do outro lado do rio. O coronel Emídio, oferece uma recompensa pelo favor prestado, mas, Chico Pereira apenas pede outro favor, que o Coronel Emídio, pudesse recebe-los em sua fazenda Lagoa do Forno e apenas preparasse carne seca com farinha, não precisava ter despesas, pois, os mantimentos eles tinham, apenas precisavam preparar, e assim foi feito.
 O Coronel Emídio, ofereceu abrigo na fazenda, mas, Chico Pereira, temendo represália da polícia com o Coronel, preferiu seguir viagem a Pombal – PB).
 Fonte: Antoninha Sarmento Rocha (Filha do Coronel Emídio, que ouvia o próprio Coronel e sua mãe, Maria Olivia, contar essas histórias nas rodas de conversas na fazenda).

 História.

(...) Em um dia de feira em Sousa, Otávio Mariz notou animada conversa entre um bodegueiro de Nazarezinho – PB, de nome Chico Lopes. E ‘’ cabra’’ da inteira confiança de Chico Pereira, com outro de nome Chico Américo.
 A duração da conversa despertou a desconfiança de Otávio Mariz. Nas bancas da feira procurou uma chibata para comprar, indo ao encontro dos dois palestrantes. Encontrou apenas Chico Lopes. Aplicou-lhe surra magistral e pediu-lhe par ir a fazenda Jacu, reduto dos Pereiras Dantas, em Nazarezinho – PB, avisar a Chico Pereira que tinha outra prometida.
 No Jacu, Chico Lopes detalhou todo acontecido. A família do ‘’ Coronel ‘’ assassinado,
que perguntou-lhe o que ia fazer, tendo Chico Lopes respondido, estar decidido ir até Princesa, conversar com Lampião sobre o melindroso e humilhante assunto. Havia um irmão de Chico Lopes, que integrava o bando de Lampião há alguns anos. Isso facilitou a decisão do chefe supremo do cangaço em enviar dezessete homens de sua confiança para Nazarezinho. Antônio e Levino Ferreira, bem como Meia- Noite e Sabino das Abóboras, também integravam o grupo que iria se responsabilizar pela mais aviltante ação cangaceira no Estado da Paraíba.
 Na casa antiga de Chico Pereira, notícias corriam céleres, dando conta da aproximação do grupo cangaceiro. Em Sousa alguns aventavam a hipótese de organizar defesa, mas como não acreditaram na possibilidade de tamanha ousadia, relaxaram completamente.
 Ao chegar ao Jacu, os dezessete homens foram recepcionados efusivamente. O número final de bandidos prontos a atacar Sousa, aumentado com muitos da região, somava oitenta e quatro quadrilheiros dispostos. Antes do amanhecer do dia 27 de julho de 1924, os bandidos cortaram a linha do telegrafo e invadiram Sousa, cuja maioria da população foi pega desprevenida. Pequena resistência partiu da residência de Otávio Mariz, principal alvo dos atacantes. Experiente e tarimbado sertanejo, Otávio Mariz escapuliu quando viu que não poderia resistir ao implacável ataque. Tudo em Sousa virou alvo de saque, os cangaceiros roubaram o comercio, residências, tudo, prejuízo incalculável que marcou indelevelmente a história sousense.
 Feras endiabradas davam vazão a todos os instintos selvagens possíveis e imagináveis. O destacamento local, comandado pelo então Tenente Salgado, não conseguiu realizar qualquer ação de defesa em Sousa, verdadeiro suicídio se tivesse havido consumação. Grupo composto de quase duas dezenas de bandidos, liderados por cangaceiro conhecido por ‘’Paizinho’’, teve como alvo principal a residência do juiz local, de nome Dr. Archimedes Soutto Mayor. ‘’Paizinho’’ tinha queixas pessoais contra o magistrado, a quem acusava de tê-lo condenado injustamente.
 Retirado ainda com roupas de dormir, o Juiz foi submetido a todo tipo de suplica e humilhação, sendo forçado a andar de cangalha e em posição vexatória pelas ruas de Sousa. O ato final seria o assassinato do magistrado, mas, Chico Pereira interveio e evitou a consumação do ato. O magistrado, depois de tudo, no ensejo dos desdobramentos do audacioso ataque cangaceiro a cidade de Sousa, assumiu a responsabilidade de fazer merecida justiça contra aquelas feras que o atacaram. A rede de informações montada por Lampião era impecável, do que fizeram com o juiz.

Fonte: José Romero Araújo Cardoso
Fonte II: facebook
Página: Geraldo Júnior
Grupo: O Cangaço
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