HISTÓRIA DO RIO GRANDE DO NORTE

 


HISTÓRIA DO RIO GRANDE DO NORTE

O JUDEU LUSO-ESPANHOL, SEFARDITA, NA ESTRUTURA SOCIAL DO NORDESTE DO BRASIL.


Os Ximenes de Aragão, os Drummond de Andrade e os Feitosa


Cel. Lourenço Alves Feitosa e Castro. Aos 25 anos em passagem pelo Rio de Janeiro quando de uma licença do serviço militar na Guerra do Paraguai. Pouco antes de retornar ao teatro de operações na coluna do Gal Portinho no 17° Batalhão de Voluntários da Pátria. Na infância, morou em Fortaleza na casa do Cel. Castro Paiva primo ou tio do seu pai, tendo como preceptor o renomado Prof. Spíndola. No verso desta foto dedicada ao Cel. Castro Paiva o Cel. Lourenço assina-se: Peretti. Mais adiante, ao tratarmos dos Ximenes de Aragão, tem-se esclarecido a origem deste sobrenome.



Pedro de Albuquerque


Para melhor abalizar as opiniões aqui emitidas, eu procedi à atualização deste artigo depois de oito meses de publicado. Contando, neste período, 9.000 pontos ou acessos dos 40.000 pontos alcançados por este blog, com todas as suas matérias. Com esta nova  atualização o “blog” conta 70.000 pontos, sendo 40.000 somente referentes a este artigo. Surpreende, notadamente a mim, o interesse a que veio despertar por tratar de matéria de rigor específico.


Assim o faço com notas tiradas a alguns trabalhos de Francisco Antonio Dória. Emérito professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Matemático. Filósofo. Membro da Academia Brasileira de Filosofia, titular da Sociedade Brasileira de Genealogia e da Sociedade Brasileira de Genealogia Judaica.




Francisco Antônio Doria. Matemático , Filósofo e Genealogista. Recebeu seu BS em Engenharia Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil, em 1968 e, em seguida, obteve seu doutorado do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, assessorado por Leopoldo Nachbin em 1977. Dória trabalhou durante algum tempo no Instituto de Física da UFRJ. Professor de Fundamentos da Comunicação na Escola de Comunicações, também da UFRJ. Dória é professor visitante na Universidade de Rochester, Nova Iorque. Da Universidade de Stanford, Carolina como Senior Fulbright Scholar e da Universidade de São Paulo. Colaborador de Newton da Costa, um lógico brasileiro e um dos fundadores da lógica para consistente. Atualmente é emérito professor das Comunicações da UFRJ e membro da Academia Brasileira de Filosofia. Presidente do Instituto Brasileiro de Genealogia e Membro do Instituto Brasileiro de Genealogia Judaica.


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FRANCISCO DORIA – CAFÉ HISTÓRIA


Eu sempre fui entusiasta da sua obra por sua precisão de dados e, notadamente, por minudenciar a não deixar escapar detalhe sequer em sua exauriente investigação: uma lenda, uma carta, um parágrafo ou um fragmento o qual possa firmar qualquer evidência.


“D. Afonso V


confirma escambo


ao Dr. Lopo Gonçalves,


desembargador régio, e


a seu pedido, de umas casas


na rua Nova da Judiaria Grande


da cidade de Lisboa,


feito a Mécia da Costa,


sua mulher,


herdeiros e sucessores.”


Chancelaria de D. Afonso V, liv. 31, fl. 18 


Extrato de nota de Francisco Dória


O agraciado, Lopo Gonçalves de Leão


é avô de Lopo de Albuquerque: o Bode;


pai de Brites e de Jerônimo.


Tratando-se o seu trabalho de fonte fidedigna, do maior socorro, à acuidade de um acadêmico ou historiador ou, mesmo, de um escritor. Assim, colacionei, desde a edição inaugural destes estudos, à margem direita desta página, o link ALBUQUERQUE – ÁRVORE GENEALÓGICA.


Estabelecemos correspondência. Autorizou-me, Francisco Dória, a proceder às necessárias atualizações com extratos de algumas das suas valiosas dissertações; cujos arquivos digitais ele me repassou. Posto isto, eu festejo hoje, nesta quarta-feira 11 de Maio de 2011, a sua colaboração.


Enquanto isto, o meu irmão Jacques Ribemboim, presidente da antiga sinagoga ashkenazita do Recife. No antigo gueto da Boa Vista. Onde viveu Clarice Lispector. Indicou-me o livro Nordeste Semita da autoria de Caesar Sobreira: vencedor do Concurso Nacional de Ensaios: Prêmio Gilberto Freyre de 2008/2009.



Tel Aviv, Israel. Pedro de Albuquerque e o seu amado mestre Howard Moorley Sachar: pupilo de Cecil Roth, fundador da Academia de História Judaica de Oxford. Sachar, autor de imprescindível obra, foi assessor especial para assuntos do Oriente Médio de três presidentes da república dos Estados Unidos da América do Norte, inclusive de Bill Clinton. Cecil Roth, na II Guerra Mundial, foi membro da resistência e o agente especial do MI6 que organizou a retomada da cidade de Florença, Itália, pelo Gal. Montgomery. Assim, como foi de inestimável valor a colaboração de José Albouker, o mesmo Aboulker, líder da Resistência na Argélia. Coordenou, junto ao Gal. Mark Clark, o desembarque das forças aliadas no Norte da África; como dos registros de Sachar.


Diante deste trabalho de indispensável leitura para o resgate da identidade histórica do Nordeste do Brasil, refém da estéril historiografia oficial, sempre a serviço dos aparelhos ideológicos de dominação social, eu procedi às atualizações desta minha crônica com citações e referências do ensaio de Caesar Sobreira. As quais vêm corroborar, em aspectos historiográficos e sociológicos, a minha livre dissertação.


Discorrer sobre a presença do judeu luso-espanhol, sefardita, na formação étnica e na estrutura social do Nordeste do Brasil, não é tarefa simples. Dado aos prejuízos causados pela Inquisição Católica Romana: a culminar nos horrores nazistas do Holocausto.


Há um sem número de famílias de ascendência sefardita: os mesmos cristãos-novos. As quais de tudo faziam para esconderem-se do crivo inquisitorial na vida sócioeconômica. Contando, para garantir a sobrevivência, com a endogamia e a sistemática escolha de filhos e filhas para a vida clerical forçada. Isso, tanto para obnubilar a ascendência judaica, como para defesa do tráfico de influências e de informações privilegiadas: necessárias no combate à Inquisição.



Este artigo focaliza dois grupos familiares. Ambos de imbricada consanguinidade e de complexo parentesco colateral. Em verdade, dois clãs distintos: os Feitosa dos Inhamuns e os Ximenes de Aragão da Serra da Ibiapaba: Ceará. Por haverem mantido a estrutura de clã até a primeira metade do Século XX.


Tendo como marca patente, em comum, a endogamia: esta última característica antropológica dos judeus ibéricos. Tal como registra Gilberto Freyre: mestre de Caesar Sobreira. Evidente que o trabalho de Freyre se reporta ao judeu ibérico, já que o judeu ashekenazita somente chegou ao Brasil depois do primeiro quartel do Século XX.


Ressaltando, Sobreira, nos oferecer Gilberto Freyre um sem número de casamentos entre primos e primas: mesmo de tios com sobrinhas e de tios avós com sobrinhas netas. Tal como faziam os Paes e, ou, os Pais Barreto, os Cavalcanti de Albuquerque, os Wanderley e os Souza Leão: estes últimos os mesmos, ou quase mesmos, Carnerio Leão ou Carneiro da Cunha. Costume a que se aferraram os Feitosa.


Há outros grupos familiares, a exemplo dos Albuquerque, os quais tiveram a sua estrutura de clã prematuramente rompida; em conseqüência das perdas com a Guerra dos Mascates: 1710. Também, em 1817 e em 1824, com a sucumbência da Confederação do Equador. Sendo estes episódios: as causas do empobrecimento e da desagregação de muitos dos ramos descendentes. A ascendência deste grupo é igualmente tratada, neste ensaio, por ser basilar da estrutura genealógica de imbricada parentela.


Os Feitosa, com origens no Norte de Portugal: rincão de massiva ancestralidade judaica. Como registra Caesar Sobreira. Com passagem por Sirinhaén: Pernambuco. Onde se consorciaram aos Pais, ou Paes, Barreto. Na propriedade de partidos de cana-de-açúcar e de currais de gado no São Francisco. Região da cidade de Penedo, no atual Estado de Alagoas, a provocar especial interesse.


Despontando João Alves Feitosa: o mesmo João Cavalcanti. Pioneiro da pecuária vacum no Brasil. Patriarca da aristocracia pastoril. A melhor dizer: da “bovinocracia”. Chegado à colônia em 1650. Em companhia do seu irmão José Alves Cavalcanti. Recebendo, em 1680, sesmarias de 40 léguas em Araripecico: região da cidade de Penedo.


O seu filho Lourenço Alves Feitosa, o qual não deixou descendentes, fez-se ao Ceará, em companhia do seu sobrinho Francisco: filho de Pedro Alves Feitosa. Lourenço acumulou o patrimônio inédito de 23 sesmarias ( cf. Tomaz Pompeu, Sesmarias Cearenses).


As quais passaram ao domínio de Francisco. Ressabido determinar a lei o máximo de 4 concessões para cada requerente. Para bem saber da ascendência de Francisco Alves Feitosa (filho de João Alves Cavalcanti, o mesmo João Alves Feitosa; este, filho de Paulo Cavalcanti de Albuquerque). Francisco casado com Catarina Thereza da Rocha Cardosa de Resende e Macrine. Da direta linhagem de Filippo Cavalcanti e de Catarina de Albuquerque. Vale consultar o link à margem direita desta página: GENEALOGIA DE FRANCISCO ALVES FEITOSA. Mas, a partir da pontuação “136“. Contando, na direta  ascendência: Paulo Cavalcanti de Albuquerque.



José Albouker, o mesmo Aboulker. Natural do  Marrocos. Líder da Resistência Francesa na Argélia. Coordenador do desembarque das Forças Aliadas no Norte da África. Depois da II Guerra Mundial, tornou-se neurocirurgião e, passando-se à França, fez-se proeminente político.


No que concerne à sequência de matrimônios de Francisco Alves Feitosa, Catarina da Rocha Cardosa de  Resende e Macrine, ou Macrina, foi a sua primeira esposa. Como observa Borges da Fonseca, em sua Nobiliarquia Pernambucana de 1748 a 1777. A ser reeditada, ainda, neste ano de 2013, pela Fundação Gilberto Freire. 


João Cavalcanti de Albuquerque casou no sertão de Inhamuns, Capitania do Ceará, com D. Maria Alves Vieira, filha do capitão-mor Francisco Alves Feitosa e de sua primeira mulher Catarina: neta por via paterna de João Alves Feitosa, o mesmo João Alves Cavalcanti, do Araripecico, Penedo,  e sua mulher Ana Gomes Vieira. 


Passando Borges da Fonseca ao registro da presença de Arnaud de Holanda Cavalcanti, em 1775, nos Inhamuns; como testemunha do casamento da filha de Francisco Alves Feitosa com João Cavalcanti de Albuquerque. Este, filho de Antônio Cavalcanti de Albuquerque herdeiro do Engenho Araripe, em Igarassu, Pernambuco: vendido a Duarte Ximenes de Aragão; mais adiante tratado. 


Mas, o quê estaria a fazer um próspero senhor de engenhos de Pernambuco nos sertões dos Inhamuns; não fosse a estreita consanguinidade e a relevância, para o clã, do enlace matrimonial? A viagem para os sertões do Ceará, ainda hoje é do maior incômodo.


Comprar gado, nem pensar. Um rico senhor do açúcar jamais procedia a viagens com tais propósitos. Além do mais, vivia-se nos Inhamuns a época áurea da pecuária vacum. Com a venda de bois mansos e muares para as Minas Gerais; em pleno ciclo da mineração: razão da riqueza dos Feitosa. Pouco tempo fazia, que a Vila Rica do Albuquerque, fundada pelo governador geral no Rio de Janeiro, Antônio de Albuquerque Coelho, procedente de Angola, sobrinho neto de Jerônimo, passou a chamar-se Ouro Preto.


Este Arnaud era casado com uma irmã de Antônio, o pai do noivo, portanto, neto de Filippo Cavalcanti e de Catarina, filha de Jerônimo de Albuquerque. No caso, se não tratando de Arnaud de Holanda, o sócio de Sebal Lins Dorndorf, casado com uma filha de Filippo e Catarina. Mas, do seu neto.


A partir desta consulta, desvenda-se o estreito parentesco de Francisco Alves Feitosa com Felipe de Pais Barreto: protagonista da parábola familiar “O Nome e o Sangue” de Evaldo Cabral de Mello. Dado à comum ascendência na linhagem dos Sá e Albuquerque; o quê tantas agruras causou a Felipe, por serem reconhecidamente cristãos-novos. Consultar “link” à margem direita deste “blog”: ASCENDÊNCIA COMUM DOS FEITOSA E DOS CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE.


Alcançando-se melhor compreensão das denúncias de Evaldo Cabral, com a leitura do ensaio Prosopopéia. Deste mesmo “blog” e, notadamente, com o cruzamento dos dados do “link”, também à margem direita desta página: ALBUQUERQUE – ÁRVORE GENEALÓGICA. Dado o parentesco ancestral.


Há lendas da origem dos Feitosa, em duas irmãs e dois irmãos, refugiados da Inquisição, chegados ao Brasil na segunda metade do Século XVII. Outra, de uma viúva, por igual época chegada com dois filhos. Em um ponto estas lendas coincidem: os nomes dos irmãos: João Alves Feitosa e José Alves Cavalcanti que se assentaram na região de Penedo, então Pernambuco, hoje Estado de Alagoas.


A verdade, entretanto, é que se não sabe das razões destes dois Cavalcanti adotarem o topônimo Feitosa: uma pequena freguesia do Concelho de Ponte de Lima, Distrito de Viana do Castelo; Portugal. Apelido o qual somente passou a tomar vulto a partir de 1817; com a derrocada da revolução emancipacionista. A  qual viria a desencadear a revolução de 1824: a Confederação do Equador. Razões do secular mito dos Feitosa acoitarem criminosos. Detalhes os quais escaparam aos historiadores cearenses Nertan Macedo e Raimundo Girão. 



Henry Koster: Viagens ao Nordeste do Brasil. Compêndio máximo para a interpretação da verdade histórica. Reeditado pela Fundação Joaquim Nabuco, de Pernambuco, sob a orientação do mestre Leonardo Dantas Silva.


Entretanto, as lendas servem para velar a verdade histórica na sua narrativa heroica para a construção de um discurso de fácil assimilação. O quê levantada a suspeita de assim haverem adotado o nome para escapar das perseguições, do terror de Estado instalado por Dom João V, em fato da derrocada, em 1710, da Guerra dos Mascates.


Mas, as lendas, são apenas mitologias formadas na tentativa de um determinado grupo social legitimar-se e fazer-se reconhecer como distinto entre os demais pela objetivação deste mesmo discurso para a dominação. Tal como da preleção de Pierre Bourdieu, citado por Edilberto Mendes da Silva em sua dissertação em sede de mestrado junto à Universidade Federal do Ceará.


Assim não fosse, o historiador inglês Henry Koster, em suas Viagens ao Nordeste do Brasil: Londres, 1816. Não teria fixado o protagonista Manuel Martins Chaves, aliás, Manuel Gonçalves Vieira, como o terrível chefe do poderoso clã dos Feitosa dos Inhamuns. Vindo a sua única filha, Ana Gonçalves Vieira a ser a sua matriarca.


O mais intrigante é que Koster não trata Vieira, como líder do clã. Mas, chefe do partido dos Feitosa: como um grupo multifamiliar sob orientação única. O quê entendera por partido, seria em verdade um ma’amad de cristãos-novos, um Custódio de denominação criptografada? Vindo a formar unidade familiar, já no Século XIX, com a sua única filha de Martins Chaves. Tal como das notas do Barão de Studart. 


Registra Koster, ainda, Manuel Martins Chaves, morto sob torturas no Limoeiro de Lisboa, o qual deixara a cidade de Penedo, Alagoas, por ocasião da morte por enforcamento do seu pai Antônio Gonçalves Vieira: acusado de crime de usura  e de ser judaizante. O quê, ainda, mais empresta sustentação à tese da formação de um Custódio.



Declaração de bens de Eufrásia Alves Feitosa. Com terras no Ceará, Rio Grande do Norte, notadamente o Engenho Tamatanduba, Paraíba e Pernambuco.


Localizavam-se, estas propriedades, no Rio São Francisco. No Rio Jaguaribe. No Riacho dos Porcos. No Rio do Jucá. No Boqueirão do Arneiroz. No Quixelô. Na Lagoa do Iguatu e em Caiçaras: região da cidade de Groaíras. Além do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, como já referido.


As quais seriam, ainda, acrescidas pelo dote de Ana Gonçalves Vieira: única filha de Manuel Martins Chaves; por herança do seu tio Antônio da Costa Leitão. Como, em fato do seu casamento com  o capitão-mor José Alves Feitosa, neto de Francisco: o patriarca.


Mais tarde, com o casamento da sua filha Eufrásia Alves Feitosa com Leandro Custódio de Oliveira e Castro: filho de Bernardo de Freire e Castro, senhor do Engenho Tamatanduba.  Limítrofe do Engenho Cunhaú de Jerônimo de Albuquerque Maranhão, nosso quinto avô, em Alagoinha: Rio Grande do Norte.



Capela do Engenho Tamatanduba, Canguaretama, antiga Alagoinha. Em Vila Flor, povoado de Pedro Velho: Rio Grande do Norte. Terras disputadas por Antônio de Albuquerque Maranhão Arcoverde: descendente direto de Jerônimo de Albuquerque e de Cristovão de Melo. Senhor do contíguo Engenho Cunhaú, e Antônio Pereira de Brito Paiva: assassinado pelo antagonista na Ladeira do Suspiro. Antiga propriedade de Bernardo de Freire e Castro, passada a Eufrásia Alves Feitosa: prima de Antônio, o homicida e do vitimado. Foto de Lúcia Paiva, descendente do Cel. Castro Paiva: primo do Cel. Lourenço Alves Feitosa e Castro, neto de Eufrásia Alves Feitosa. 


Contando, ainda, os Feitosa dos Inhamuns, ascendência em Pedro de Albuquerque Melo do Rio Formoso. Cediço ser Feitosa criptografia do hebraico Yosafet: Josafá; braço armado de Esdras. Sendo, ainda, Feitosa, o relativo português do sobrenome espanhol Bezerra e, ou, Beçerra.


O epíteto Feitosa, em Portugal, aplica-se às novilhas vacuns e, mesmo, às moçoilas: meninas-moças. Sendo, em verdade, criptografia direta do hebraico Yosafeit: Josafá. Bastando inverter a ordem de leitura. Por seu turno, Melo ou Mello, é criptografia do hebraico “malla”: mensageiro. Já Albuquerque é vernáculo derivado do hebraico “alboker”: do alvorecer. Por declinação semântica: do levante ou do oriente. Para esta decodificação criptográfica usa-se a cifra Atbash: método dos rabinos cabalistas.


Este jogo de letras sempre foi de largo uso dos criptos judeus. Caesar Sobrerira, com referência no rabino Jacques Cukiekorn, do Kansas, EUA, cita-nos como exemplo o nome da cidade Venhaver do Rio Grande do Norte. Em verdade criptografia de Vem Chaver. Do hebraico chaver, pronuncia-se raver: companheiro. Portanto, se não tratando de mera suposição ou coincidência: Feitosa é mesmo Yosafeit.



Anota-nos Caesar Sobreira, em seu Nordeste Semita, ressaltar Gilberto Freyre a onipresença do judeu português na vida socioeconômica, em seu trabalho de inestimável valor para compreensão da brasilidade: Casa Grande e Senzala. Compila, Freyre, uma carta denúncia de um holandês de notabilidade, Wätjen, ao Conde Maurício de Nassau:


“Cada vês mais cai o comércio do Brasil holandês nas mãos dos judeus. Os comerciantes cristãos estão quase excluídos e tornaram-se meros intermediários dos judeus. Todos os israelitas que chegam aqui são bem recebidos pelos seus companheiros portugueses e empregados como agentes feitores ou de plantação de cana-de-açúcar. Todos os lugares de corretor são ocupados por judeus que se esforçam o mais possível para o progresso do comércio…”


Os Ximenes de Aragão com passagem por Antuérpia, Bélgica. A ser Ximenes, valendo o “x” por “s”.  Assim como em hebraico: o samed por shim. Criptografia de Meneses: Manassés. Deste imbricado parentesco, a despontar como expoente moderno o legendário pioneiro da indústria e da energia hidroelétrica do Brasil: Delmiro Gouveia.


A designação “judeu português” foi adotada somente no Séc. XVII, pela Diáspora ibérica em Amsterdã: Holanda. São incontáveis as famílias descendentes dos judeus sefarditas chegados ao Brasil no séquito dos primeiros donatários. Ou a cumprir degredo. Ou em fuga da Inquisição, pela rota dos Países Baixos. Pulula de lápides com os seus nomes o Cemitério Judeu Português de Amsterdã, Beth Haim: Casa das Vidas, no subúrbio de Ouderkerk.



Beth Haim. Cemitério judeu português restaurado e mantido pela Fundação David Henriques de Castro. Lápide do jazigo da família Pinto. A fugir do costume dos judeus portugueses de ornar as suas pedras tumulares com as heráldicas de família. O cemitério, ainda, abriga túmulos de muitos negros libertos e convertidos ao judaísmo no Brasil, passados para a Holanda quando da queda da Companhia das Índias Ocidentais e que entraram para a comunidade judaica. Vindo a exercer posições de destaque como Eliézer, o Sábio, o qual se fez doutor em lei judaica e estabeleceu-se como agente mercantil. Muitos desses negros eram genuinamente judeus por serem originários da Etiópia. Portanto, da etnia judaica falashita dos descendentes de Salomão com a Rainha Sabah: quem o ispirou o Cântico dos Cânticos. Alguns falashitas eram adquiridos junto às outras levas africanas em fato dos muçulmanos exercerem o monopólio da captação e tráfico negreiro na África. 


São estas famílias, entre muitas outras, os: Alencar, Almeida, Álvares, Alves, Andrade, Azevedo, Barbosa, Barreto, Barros, Bezerra, Berenguer, Borba, Braga, Cardoso ou Cardozo, Cardosa ou Cardoza, Castro, Costa, Coronel, Coutinho, Dias, Domingues, Ferreira, Ferro, Fernandes, Fonseca, Gondim, Gomes, Gonçalves, Gonzaga, Henriques, Jorge, Lima, Lins, Lopes, ou Lopez, Luna, Lucena, Madeira, Mattos ou Matos, Martins, Melo ou Mello, Mendes, Meneses ou Menezes, Miranda, Muniz ou Monis, Nunes, Oliveira, Ortiz, Pedrosa, Pereira, Pessoa, Pinheiro, Pinto, Queiroz, Salsa, Silva, Soares, Souza ou Sousa, Tabosa (Sabaot, decodificado) Teixeira, Veiga ( português) e Vega (espanhol).


Diz-nos Francisco Antônio Doria, das suas notas em Sangue Converso no Brasil Colônia I, que todo aquele a ter sangue dos primeiros colonizadores de Pernambuco, terá, forçosamente, sangue de conversos. Indicando a si, que o marranismo da elite açucareira pernambucana encontre raiz no próprio Jerônimo de Albuquerque: o Adão Pernambucano.



Heráldica dos Castro, a qual estampa muitas das lápides de Beth Haim. Era costume entre os judeus portugueses exaltarem, em seus túmulos, as suas origens familiares. Como, até hoje, tem-se preservado em Amsterdã os brasões dessas famílias nas fachadas frontais das suas antigas moradias no antigo bairro judeu. Coração do setor histórico: Jodenburt. Interessante notar que um meu dileto irmão ashkenazita, judeu do leste europeu, protestou junto a mim que os judeus somente passaram a adotar sobrenomes no Séc. XIX. Ao que eu retruquei: Não queira o amigo atribuir a identidade judaica à exclusividade ashkenazita. Nós somos quatro etnias em franca harmônica coexistência. Mas, com história, tradições e idiossincrasias distintas. O judeu luso-espanhol sempre adotou sobrenomes. Principalmente os marranos: ditos conversos. Para tudo bem compreender, vale a consulta a Cecil Roth, Howard Sachar, Werner Keler, Zion Zohar, Mark R. Cohen, Esther Benbassa, Aron Rodrigue e Miriam Bodian. O ashkenazita calou-se.


Ainda em Sangue Converso no Brasil Colônia I, desfaz-nos Francisco Antônio Doria a lenda da ascendência de Arnaud de Holanda em uma tal Margreth Florenz: casada com certo Barão Hendrick Van Rhilnburg, ou, mesmo, Von Reinburg na forma alemã.


Fixando-nos a sua indubitável ascendência judaica. Havendo, mesmo, Arnaud casado com a judaizante Brites Mendes: a Velha. Acusada pelo Tribunal do Santo Ofício de ser comadre da legendária Branca Dias. Fazendo anotar, Doria, do processo de Inquisição de um seu tetraneto a imputação do visitador: de haver tido Brites Mendes os pais supliciados pelo Santo Ofício. Havendo a sua mãe, sido queimada viva em um auto-de-fé.


Arnaud de Holanda, junto a Sebal Lins Dorndoff, agentes financeiros de Anton Fügers de Agsburgo, pioneiro do financiamento da economia açucareira, são, em linha direta de sucessão de Jerônimo de Albuquerque, os patriarcas dos Accioli, Lins, Gomes de Mello, Wanderley, Barros Pimentel, Holanda Cavalcanti, Cavalcanti de Albuquerque, Suassuna, Bezerra Cavalcanti e Pires de Carvalho. O interventor da república em Pernambuco, Etelvino Lins é seu descendente direto.



Primeira lauda dos autos do depoimento de Diogo de Holanda, tio do patriarca Sebal Lins Dorndoff, ao Tribunal do Santo Ofício. Documento em que se confessa cristão-novo e dá a sua filiação em Jacome de Holanda e Leonor Mendes. Assim, negando a sua ascendência no tal Barão Hendrick Van Rhilnburg. Arquivo digital cedido por Francisco Antonio Doria.


Desvenda-nos, Doria, a descendência da legendária Branca Dias e Diogo Fernandes: primeiros donos do Engenho Camaragibe. Provindo, em parte, do casamento de uma sua neta Maria de Paiva com  Agostinho de Holanda e Vasconcellos: filho de Arnaud de Holanda e de Brites Mendes.


Alcançando seus descendentes praticamente todas as grandes famílias de Pernambuco. Havendo, nessa linha, um casamento de um descendente de Branca Dias com uma filha de João Cavalcanti de Albuquerque: do Engenho Apoá. Descendente do ramo varonil dos Holanda Cavalcanti.


Os Mannelli, aparentados a Filippo Cavalcanti, o qual tem por mãe a Ginevra Mannelli, descendem de Branca Dias nas linhas femininas. Assim como muitos dos Tenório de Albuquerque de Alagoas e Pernambuco. Ainda, um ramo dos Paes Barreto provem de Branca Dias.


Ou seja, o sangue desta mulher ícone das barbaridades praticadas pelo Tribunal do Santo Ofício contra judeus e judaizantes brasileiros, permanece em boa parte da população pernambucana. Notadamente da sua elite açucareira: os Bezerra Cavalcanti, os Marinho Falcão e os Lacerda Falcão.


Um filho de Filippo di Cavalcanti com Catarina de Albuquerque, filha de Jerônimo de Albuquerque e da tabajara Muyrah Uby, Antônio, casou com Isabel de Goes: filha do judeu português Arnaud de Holanda e de Brites Mendes a Velha. Ver o link à margem direita deste blog: FILIPPO DI CAVALCANTI – ÁRVORE GENEALÓGICA


Sendo, portanto, o Brasil, um país de ascendência judaica por excelência. Nada justificando o descalabro da atual política externa tocada a peito pelo Itamaraty ideologicamente aparelhado pelo governo Lula da Silva. Cumprindo emprestar, para título deste artigo, as palavras do Visitador do Santo Ofício, o Padre Vieira: “Cristão-novo; Judeu-Velho”.


A valer registro os protestos de Sebastião José de Carvalho e Melo: o Marquês de Pombal. Primeiro Ministro do Rei Dom José I. Digno livre obreiro: maçon. O qual tinha por certo ser Portugal um país de ascendência judaica por excelência. Pombal desbancou a Igreja Católica Apostólica Romana dos seus poderes temporais e cassou o poder de polícia do famigerado Tribunal do Santo Ofício. Assim,vingando os antepassados.


Conta-nos Caesar Sobreira, com base em Léon Poliacov, que o Rei de Portugal, Dom José I, ordenara que todo português com qualquer ascendência judaica usasse um chapéu amarelo. Dias depois, o Marquês de Pombal fez-se presente à Corte a portar três desses chapéus.


O Rei indagou de Pombal qual a razão daqueles três chapéus. Ao que o Marquês respondeu-lhe ser para cumprir o seu decreto. A dizer-lhe ser um para si próprio, um para o Rei e o outro para o grande inquisidor.


Assistia razão ao Marquês de Pombal. Estudos de DNA procedidos pelo Prof. Mark A. Jobling da Universidade de Leicester, Reino Unido. Publicados pela Folha de São Paulo em 5 de Dezembro de 2008. Indicam que mais de 20% da atual população da Península Ibérica é de ascendência judaica. Isto a contar o brutal genocídio e expulsão empreendidos pela Inquisição Católica Romana.


Ora, é ressabido que os judeus, juntamente com os fenícios, chegaram à Península Ibérica cerca de mil anos antes da era comum. Ou seja, do advento de Jesus. Miscigenando-se com os povos autóctones para, assim, fazer-se nativo. Como corretamente registra Caesar Sobreira.


O historiador Benzion Netanyahu, emérito professor da Universidade Hebraica de Jerusalém, pai do primeiro ministro Benjamin Netanyahu, comungando das teses de Samuel Bochart, geógrafo bíblico protestante: 1599/1667. Em seu livro Jewish History in Spain, localiza Tarshishi, ou seja, a riquíssima colônia fenícia de Tarsus, mencionada pelos profetas Isaías, Jeremias, e Ezequiel ( 27.12-14). Assim como nos livros dos reis (10.22), de Jonas ( 1.3) e nas cartas de Paulo aos romanos ( 15.24-28), como o ponto mais ocidental ao qual se poderia alcançar por navegação.


Na concepção de Bochart, Tarshish, ou Tarsus, seria realmente a atual Espanha, compreendendo o território português. Somente passada ao domínio romano com a vitória das Guerras Púnicas (218 a 202 AC), com a queda de Cartago: sede do império de Aníbal. Cumprindo esclarecer denominarem os romanos estas guerras de púnicas por assim chamarem aos fenícios de phunius: semitas não monoteístas que legaram o alfabeto hebraico como hoje conhecido.


Com o desenvolvimento destes estudos, é realmente possível datar a presença judaica na Península Ibérica em torno de um mil e quinhentos anos antes da presença romana. Com o estabelecimento das colônias de Toledo e, mesmo, Lishbon: atual Lisboa. Assim como outras mais ao norte a exemplo da localidade aonde refugiou-se o apóstolo Thiago na atual Galícia.


Sendo o judeu, em sua gênese, um povo e jamais uma raça como propuseram os manuais da Inquisição e do nazismo. Por receber, durante milhares de anos, contribuições genéticas de vários outros povos como dos caldeus, dos amitas: antigos egípcios. Dos hititas, dos persas e de povos da África Sub-Saarica. Lhe não foi difícil, nem improvável, a miscigenação com os autóctones ibéricos. Dentre muitos, os iberos propriamente ditos e os bascos. Bem como os celtas e os germânicos deslocados por força do Império Romano.


Verdade é que somente com a vitória do cônsul Tito nas Guerras Judaicas, depois imperador sob o nome de Falvius Caesar Vespasianus Augustos (39 a 81 DC). Com a destruição de Jerusalém e o desterro dos judeus para as províncias ocidentais. A Diáspora veio alcançar uma maior expressão da sua presença multimilenar. O que corrobora toda a assertiva da origem dos sefarditas e da sua natividade ibérica neste artigo defendidas.


No Brasil, portanto, não seria difícil, nem pejorativo ao judeu português miscigenar-se ao negro e ao tupynambá para amálgama da brasilidade. Cumprindo, aqui, denunciar a concepção ideológica inquisitorial nas razões do Padre Vieira, reeditada por Hitler ao infirmar que:  “Um descendente de judeu, somente limpa o sangue depois da décima geração. Até então, ao deparar-se com qualquer reminiscência, inevitavelmente retorna à identidade judaica”.


Assim, ao seu ver, a não valer esperar. Optou Hitler pela Solução Final: o Holocausto. Sendo esta a igual razão do Holocausto Nuclear: projeto maior da Ditadura Teocrática do Irã. Isto na satânica expressão do seu títere Mahmoud Ahmadinejad: apaniguado de Lula da Silva.



Pedro Alvares Cabral: “Achador do Brasil”, assim como o chamam em Portugal. Casado com Isabel de Castro, sobrinha de Afonso de Albuquerque: Vice-Rei da Índia.


Bem entender a presença do judeu luso-espanhol, na estrutura da sociedade brasileira, é tanto difícil. Mesmo, em razão e fato da Inquisição Católica Romana haver praticado um “genealogicídio”: como do protesto de Evaldo Cabral de Mello. Isto, para usar do bem empregado vernáculo desenvolvido pelo historiador Elias Lipiner.


Para imputar a Borges da Fonseca, então Comissário da Inquisição, a manipulação genealógica. Para, assim, ocultar as raízes judaicas da esmagadora maioria das famílias coloniais portuguesas e espanholas: as quais fixaram o basilar elemento europeu da nossa nacionalidade. Mas, com a Inquisição em pleno vigor. Ou Borges da Fonseca praticaria um genealogicídio, a esconder as raízes judaicas de muitos dignitários, ou seria cúmplice do genocídio Católico Romano.


Ao prosseguir na leitura deste artigo, alcança-se a compreensão do avassalador dano à História do Brasil, à identidade nacional e à Diáspora; causado pela promulgação do Dia Nacional da Imigração Judaica.  A fazer do judeu brasileiro estran”J”eiro na sua natividade. Projeto da desastrosa iniciativa do ex deputado Marcelo Zaturansky Nogueira Itagiba: não reconduzido à câmara federal.


No equívoco ideológico sectário da direta subversão do conceito de continente e contingente. Para generalizar a identidade judaica na excepcionalidade de uma etnia: ashkenazita.  Ao invés de consagrar esta identidade no geral da diversidade das etnias: ashkenazita, mizrahita, falashita e sefardita. Prestou, assim, Marcelo Itagiba, como inocente útil, inequívoco serviço ao anti-semitismo.


Com isto, vindo tão somente embasar o acintoso discurso de Lula, no parlamento de Israel. Para fazer do judeu minoria estrangeira em sua própria terra: o Brasil. Ao artificiosamente infirmar a superioridade numérica dos imigrantes muçulmanos e, assim, justificar, no seu ideal apátrida, a alienação da brasilidade em favor da Conspiração Islâmica.



Amsterdã. Ouderkerk. Segundo da esquerda para a direita da foto, Senior Coronel: presidente da Fundação David Henriques de Castro. A qual patrocina a restauração e a manutenção de Beth Haim. Senior é descendente direto de David Senior Coronel: o mesmo Duarte Saraiva. Quem comprou e pagou o preço do terreno e obteve a licença tanto para construir o cemitério em Ouderkerk, como para instalar a primeira sinagoga das Américas em Recife: Kaal Kadosh Zur Israel.


Mas, esta dificuldade de compreensão da formação idiossincrática e étnica da gente brasileira, não tem unicamente causa na imbricação histórica. Em fato de ser simples tal realidade. Tampouco na distância dos tempos, ou na assimilação das gerações descendentes. A causa reside, mesmo, na sistemática erradicação da identidade sefardita das gerações descendentes.


Isto pela supressão da memória da presença do elemento judeu colonial. Processo inquisitorial de extinção de um povo por aniquilamento moral: no dizer do Rabino Yehoshua Kemelman de Sidney, Austrália. Ora, sem memória; sem identidade. Sem identidade; sem liberdade! O quê deveria ser da sabença de um representante popular eleito em processo de legitimidade democrática de uma nação pluralista.


Tudo para consolidar o Império Português: vassalo do Sacro Império Romano Germânico, por legitimação única da Igreja Católica Apostólica Romana. Nada haver com a garantização da hegemonia do Catolicismo Romano, como religião oficial de Estado. Tampouco com o cristianismo; em aspectos teologais. Notadamente, nada haver com a catequese de evangelização.


Mesmo porque,  a  institucional Igreja Católica Apostólica Romana somente surgiu no ano 320 da era comum. Como impostura do Concílio de Nicéia. Isto para unificação das igrejas cristãs sob a égide do imperador romano Constantino. Na ocasião eleito primeiro Sumo Pontífice: Papa. Ou seja: Pontifex Maximus. Unidade esta que viria a desintegrar-se com a Reforma e a Contra Reforma no início da Idade Moderna.



Martim Lutero: O Reformador.


Ocasião em que o Bispo Ário foi condenado como herege. Bem como inúmeras versões, autênticas, do Evangelho foram proscritas e queimadas. O próprio Evangelho Segundo Tiago foi julgado apócrifo: por embasar a doutrina de Ário.


A qual negava a identidade divina de Jesus; ao tempo que defendia a sua afinidade como homem iluminado. Negando, assim, o mito da teopsia em Jesus transmudado no Cristo. Quando o valor de Jesus, para a Civilização Ocidental, não está em uma sua virtual identidade divina. Mas, na grandeza da sua doutrina: na sua revelação para a reforma e construção da civilização ocidental.


Mas, para socorro da origem divina do poder inconteste e supra temporal do imperador. O que viria emprestar fundamentação ao direito divino dos reis. A perdurar até a Revolução Francesa. Fazia-se, pois, necessário matar o homem, Jesus, no Cristo, para encarnar no homem o Cristo divinizado.


É que os imperadores romanos, desde o primeiro: Otávio. Foram, sempre, deificados. Idolatria: origem da canonização. Para realizar a presença do Deus pai, então Júpiter, entre os mortais. Assim, realizando o mito de Deus feito homem.


Para tanto, fez-se necessário o uso do sincretismo religioso. Para tudo consolidar sob a autoridade única de um Estado dualista: civil e laico e, ao mesmo tempo,  teocrático. Todavia monolítico. Sob os pés do Imperador canonizado. Tudo em direta subversão da doutrina do próprio Jesus: Mateus, XXII: 15-22; Marcos, XII: 13-17.


Sendo estas as razões maiores, para o advento da Inquisição. Como indispensável aparato de consolidação dos embrionários Estados nacionais. Para, logo mais, empestar base ideológica e método ao Holocausto: um só povo, um só líder. Na sustentação do ensandecido apelo populista do nacional socialismo: canto de cisne do Sacro Império Romano Germânico.


Todavia, a primeira iniciativa de afirmação dos Estados nacionais, para lhes garantir a soberania foi a ruptura com a cúria romana. Pela constituição de um cristianismo independente e reformado. Daí o sucesso de Martinho Lutero, Calvino e mais outros teólogos.


Notadamente, a vitória de Henrique VIII. Ao constituir a Igreja Episcopal Anglicana, para libertar-se do jugo do alongado cetro do Sacro Império Romano Germânico: a coroa espanhola. Sendo esta a verdadeira causa do seu divórcio da Rainha Catarina; filha dos inquisidores reis católicos: Fernando e Isabel de Castela.



Catarina de Aragão. Mãe da rainha Maria I da Inglaterra. Factóide de Henrique VIII para justificar o seu rompimento com a Igreja Católica Apostólica Romana. De qualquer modo, deve-se a Henrique o estado moderno inglês na sua tradicional independência do bloco europeu continental.


Em conseqüência disto, na Europa continental, a Inquisição veio a fortalecer-se como instituição secular. Para consolidação dos estados nacionais. Mesmo no controle do  aparelhamento ideológico da Igreja Católica Romana. A ter ininterrupto seguimento por mais de 700 anos: a culminar com o Holocausto.


Valendo registrar que somente no Séc. XX, os tribunais da Inquisição foram suprimidos pelos modernos Estados europeus. Mas foram mantidos pelo Estado Pontifício até 1908, sob o Papa Pio X. Quando o Tribunal do Santo Ofício foi renomeado como Sacra Congregação do Santo Ofício. Vindo, na Alemanha, no plano secular, a ser substituído pelo III Reich; mediante a célebre Concordata.


Em 1965, por ocasião do Concílio Vaticano II, durante o pontificado de Paulo VI, em clima de grandes transformações na Igreja, após o papado de João XXIII, o Tribunal do Santo Ofício recebeu a denominação atual de Congregação para a Doutrina da Fé.


Somente em 1973, no Brasil, com a Constituição Outorgada pelas forças do contragolpe militar de 1964, por gloriosa luta da Maçonaria, a Igreja Católica Apostólica Romana perdeu o status de Religião Oficial do Estado.


Sendo esta a razão da guinada do clero às esquerdas populistas, com as suas pastorais da terra e as suas comunidades eclesiais de base. As quais, na atualidade, de modo sub-reptício, ameaçam fazer retornar o Santo Ofício ao poder. Isto nos bastidores das forças políticas comprometidas com o Foro de São Paulo. Mesmo com a instauração da Comissão da Verdade embutida, na terceira versão do Plano Nacional de Direitos Humanos.


A Inquisição Católica Romana, com as suas “provanças” de fé e de pureza de sangue. Isto é, de raça. De defeitos de subalterna origem social:  mesmo dos havidos por cristãos velhos. Se é que os houve na História de Portugal. É a causa maior do atraso sociocultural e econômico de todas as nações de origem colonial portuguesa e espanhola.


Sendo, mesmo, o germe do totalitarismo latente na América Latina. Causa das cíclicas sístoles e diástoles na sua história política. Isto, para emprestar palavras ao bravo coronel Golbery do Couto e Silva.


A corroborar esta assertiva, a sobrevivência e ascensão de rebotalhos como Fidel e Raúl Castro, Hugo Chávez, Christina Kirchner e Fernando Lugo: esporos desta bactéria incubada pela catequese inquisitorial; hoje mantida pela Teologia da Libertação de Leonardo Boff. Ora, todo povo retardo carece de um herói messiâsnico!


A tramitação do processo inquisitorial em segredo. Mesmo do acusado, considerado culpado até prova em contrário.  Com o seu interrogatório sob tortura: o que não indultava o réu da pena capital da morte na fogueira. Fez-se de consagrado ato de caridade para, com isto, livrá-lo da eternidade nos infernos.


A Inquisição constituiu-se instituição independente e, mesmo, acima da Igreja Católica Romana no seu próprio controle interno. Vindo, com isto, promover o maior genocídio de toda História. Com a matança indiscriminada de homens, mulheres e crianças imoladas vivas nos brasis dos autos-de-fé.


Isto, a exaltar a delação premiada com a recompensa celestial, prometida às crianças submetidas ao catecismo. Para acusação de amigos e parentes.  Como dos próprios pais, por práticas judaizantes. No seu aparato, ainda, o terror da exumação dos acusados. Para serem, post mortem, processados e condenados e, assim, terem os restos mortais calcinados em autos-de-fé. Tudo, para a sua eterna danação e a perpétua execração pública dos seus descendentes.


Acreditando, negado a eles o beneplácito do Juízo Final. O conhecimento da misericórdia divina. Por lhes ser impossível a ressurreição da carne incinerada e, assim,  o seu comparecimento diante da graça de Deus.


No Brasil, é caso exemplar disto Branca Dias e Diogo Fernandes, do Engenho Camaragibe: Pernambuco. Diletos protegidos do Donatário Duarte Coelho Pereira e do seu cunhado e lugar tenente Jerônimo de Albuquerque.



Matias, aliás, Psaulo de Albuquerque. Neto do cristão-novo Duarte Coelho Pereira: primeiro donatário de Pernambuco. Sobrinho neto de Jerônimo. Líder da Insurreição Pernambucana,  que levou à queda a holandesa Companhia das Índias Ocidentais. Patrono do Exército do Brasil. Herói da Restauração Portuguesa. Conde de Alegrete, quando da ascensão do seu primo, o Duque de Bragança, ao Trono sob o título de Dom João IV. Retrato a têmpera sobre tela e madeira: Galleria degli Uffizi, Mezzanino degli Occhi. Palácio Pitti. Florença, Itália. Matias foi confundido por Voltaire, em sua crônica “O Século de Luís XIV” com o Duque de Albuquerque. Mas, os primeiros Duques de Albuquerque foram os filhos de Inês de Castro: esposa de Dom Pedro I de Portugal.


Enquanto perdurou o poder donatarial dos Albuquerque, o quê, por ironia histórica, veio a sucumbir coincidente com a queda da Companhia das Índias Ocidentais. Até então, a Inquisição lhes não lançou mãos ao seu próprio alvedrio. Cumprindo a leitura de Alexandre Ribemboim; entre outros seus trabalhos:  Senhores de Engenho Judeus de Pernambuco. 



Antiga casa sede do Engenho Camaragibe, Pernambuco. Construída no mesmo sítio da casa que pertenceu a Diogo Fernandes e Branca Dias. Onde funcionou, de modo improvisado, a primeira sinagoga do Brasil. Sendo, oficialmente, a primeira sinagoga das Américas a antiga sinagoga portuguesa do Recife: Kaal Kadosh Zur Israel.


Em razão desta mesma fundamentação teológica, o manual inquisitorial proibia a tortura, ou a execução com o derramamento de sangue. Por entender beneficiar ao réu, o fato da terra beber-lhe o sangue e, assim, permitir-lhe a ressurreição da carne com a suscetível prometida vida eterna.


Daí, mais uma razão ideológica ou, mesmo, de ocultismo, para os fornos crematórios de Hitler. Não deixar, portanto, restos a serem absorvidos pela mãe terra. Para o condenado não cumprir a sentença da terra devolver-lhe o corpo: quando do Juízo Final. Com isto, ter-se-ia operado em eficiência teológica.


Com o judaizante condenado, para sempre: morto e amaldiçoado. Para que nem Deus o pudesse redimir. A se lhes não permitir qualquer evidência material da sua existência e, assim, ter-se erradicada  a história de um povo e  o testemunho da sua civilização.


Contando, ainda, o confisco de todas as propriedades e, mesmo, dos haveres de menor importância dos condenados. Causa maior da riqueza da Igreja Católica Apostólica Romana e dos nacituros Estados nacionais.



Jovem vergando o Sambenito: hábito de penitência. Auto-de-fé em Lisboa: sempre realizado no Róssio. Hoje Praça Dom Pedro IV: o mesmo Pedro I do Brasil.   Por ironia, no final da Avenida da Libedade.Em frente ao Palácio da Inquisição: hoje Teatro Nacional.  Os autos-de-fé eram promovidos com toda pompa festiva. Missa solene, com cânticos de louvor. Primeiro a execução das penas leves: açoitamentos e mutilações. Depois, o momento máximo com centenas de vítimas calcinadas em vida. Tudo acompanhado do palanque das autoridades eclesiásticas e civis ao, som de orquestras de câmara e ao serviço de iguarias e beberagem. Hitler emprestaria mais dignidade à sua carnificina.


Ressaltando-se a venda dos seus filhos, como escravos para o Império Otomano e as províncias de ultramar.  Mais precisamente, Ilha da Madeira, Açores e Cabo Verde, para servir no eito das plantações de cana-de-açúcar. Portanto, a servidão do negro não constitui fato exclusivo da escravidão.


Também, a venda das filhas dos condenados, para suprir a falta de mulheres brancas nas colônias. Tudo a vir, tempos depois, a emprestar motivação ideológica, causa e método aos horrores nazistas. Razão porque o Papa Pio XII não encontrou arrimo moral para direta, afirmativa e efetivamente condenar o Holocausto. O quê, em verdade, apenas emprestou continuidade à Inquisição. 


A colonização das Américas desviou o interesse das coroas espanhola e portuguesa do norte da África, de dificultoso povoamento e pobre em riquezas fáceis e imediatas. Provendo ao invasor muçulmano, do necessário armistício à consolidação da sua dominação do continente africano.


Contando os islamitas, em a sua lei fundamental, a Sharya, a qual, até os dias atuais, válido o instituto da escravidão das mulheres e dos outros povos. Tal como asseverado pelos acadêmicos:


Bernard Lugan, em sua “Afrique l’Histoire à l’Endroit” (Perrin, Paris) e Eric Voegelin, em sua “The History of the Race Idea” (Louisiana State University). Baseados em pesquisas sobre os historiadores árabes: Ibn Khaldun, Al Abshihi e Yad Al Sabi.


Fazendo-se, com isto, o muçulmano de fornecedor da mão de obra escrava. Indispensável à exploração do Novo Mundo. Com milenares províncias cristãs e, notadamente, a judaica Etiópia, abandonadas à sua cobiça. Enquanto garantidas às coroas espanhola e portuguesa, as rotas do comércio com o Oriente. Eficaz estratégia diplomática.  Moeda de troca de um acordo tácito entre impérios, os quais por séculos digladiaram-se pelo espólio romano.


A África, contando setenta etnias de mais de setecentos idiomas distintos. Aliás, a acepção do negro como um todo único é generalização ideológica para a banalização da sua identidade histórica. Fez-se de campo aberto à escravidão dos seus povos. Havendo de negar-se o mito de haverem-se encontradas em estado primitivo. Como da assertiva de Pedro Doria em seu “1565, Enquanto o Brasil Nascia”, Editora Nova Fronteira: de leitura inarredável.



O autor narra, em sua excepcional pesquisa, os episódios da rainha N’Zinga cooptada pela Companhia das Índias Ocidentais.


Assim, dando início ao ciclo do tráfico negreiro. Comércio ao qual, não muito tardou, cooptaram inúmeros reinos negros da África equatorial da costa atlântica. Ao exemplo dos Bantos: distribuídos em vários reinos e fiéis ao imperador do Congo. Vindo a ser, o independente N’Dongo, com a sua temível rainha guerreira, N’Zinga M’Bandi N’Gola, de nome patronímico católico romano Dona Ana de Souza, Rainha de Angola, o seu mais fiel aliado.



Obsequioso silêncio. O Papa Pio XII, então Cardeal Eugenio Pacelli, em conciliações com Adolf Hitler para a Concordata. Enquanto isto, o General Francisco Franco e o ditador Mussolini, efetivos aliados do III Reich, veemente se opuseram à deportação de judeus e, nos países ocupados, abriram as suas representações diplomáticas para asilo e concessão de cidadania aos judeus de origem ibérica. Episódios que deram fundamento ao filme consagrado pela crítica mundial: Perlasca, um herói italiano. Aqui, neste ensaio, se não trata de acusar sem fundamentos a Igreja Católica Romana. Nem de revanchismo. Mas,  na ocultação da verdade não há remissão ante o fato histórico.


No Brasil, a catequese inquisitorial viria a emprestar causa, como efetivamente emprestou, a todo preconceito e desagregação social. Tanto pela estigma do defeito de sangue e de origem subalterna. Como, notadamente, pela marginalização do judeu, do índio e do negro.


Cerceada, aos seus descendentes mestiços, a promoção social. A posse e propriedade da terra. O acesso aos cargos públicos e à profissão eclesiástica. Sendo, com isto, evidente causa da genética corrupção política do Brasil. Por haver, a Igreja Romana, inaugurado a indústria nacional de criar dificuldades para vender facilidades. A qual sustenta o processo eleitoral. Revigorada, nos dias de hoje, pela Ditadura da Desfaçatez Eleitoral: em passos largos de consolidação.


Mais precisamente, causa da fragilíssima solidariedade social do brasileiro. Fundamento das exceções  pessoais. Base ideológica da formação das oligarquias e, ou, nomenclaturas de qualquer matiz ideológico. Mesmo por reação, ou cooptação. A saber, o escalonamento dos defeitos de sangue conforme o manual do Santo Ofício:


1  –  defeito de sangue judeu, independente de quantos costados, ou seja, fontes ascendentes. Perdão de exclusiva competência do Papa;


2– defeito de sangue negro, também indepndente de quantos costados. Perdão de exclusiva competência do monarca;


3 –   defeito de sangue gentílico, sangue índio. Defeito venial, desde que fosse mestiço de branco: do tupy “cariboca”. Perdão da direta competência tanto dos visitadores do Santo Ofício; assim como dos comissários da Inquisição.


Cumprindo ressaltar que o Tribunal do Santo Ofício estipulava, a peso de ouro, na distinção de casos por casos. No conceito vales o quanto pesas. As cominações pecuniárias por qualquer das suas indulgências. Razão das milionárias dotações das famílias senhoriais às ordens religiosas, como prevenção das penas compulsórias.


Assim, netos e bisnetos do grande patriarca Jerônimo de Albuquerque, o Adão Pernambucano, tiveram impedido o acesso a títulos e investiduras. Como as da Ordem dos Cavaleiros de Cristo e da Ordem de Avis. Por flagrante defeito de sangue judeu ou tupynambá. Tal como registra Evaldo Cabral de Mello em seu extraordinário compêndio “O Nome e o Sangue: Uma Parábola Familiar no Pernambuco Colonial”.


Jerônimo, filho de Lopo de Albuquerque, era, portanto, bisneto de Lopo Gonçalves de Leão e sua esposa Mécia da Costa: beneficiária da chancela de Dom Afonso V; no caput deste artigo. Fundou o Engenho Nossa Senhora da Ajuda, ou, dos Fornos da Cal, em Olinda: em terras correspondentes ao atual bairro de Beberibe e arrabaldes.


Casou, em primeiras núpcias, com a tabajara Muyrah Uby, de nome patronímico católico romano: Maria do Espírito Santo Arcoverde. De quem teve oito filhos: Jerônimo de Albuquerque Maranhão, Manuel, André, Catarina, Isabel, Joana,  Antônio e Brites. Havendo mais cinco filhos de outras tupynambás.


Do casamento forçado com Felipa de Melo, filha de Cristóvão de Melo, por quem nutria todo o ódio, por imposição da Rainha Catarina, ainda teve onze filhos: João, Afonso, Cristóvão, Duarte, Jerônimo, Cosme, Felipe, Isabel, Maria e mais dois natimortos.


O texto da intimação da rainha para o seu casamento com Felipa é ameaçador: “… para evitar que continuasse o sobrinho de Afonso de Albuquerque, o descendente de reis, a seguir a lei de Moisés, mantendo trezentas concubinas.”  Esta carta é referida no “link” à margem direita: FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO – JERÔNIMO DE ALBUQUERQUE


No entanto, servindo-se do seu ardil político, Jerônimo legitimou a todos; ao negociar com o sogro o casamento de dois dos seus filhos caboclos com as suas duas únicas cunhadas. Para fazer dos seus netos, no seu próprio dizer; como nos registra Evaldo Cabral: tão bons, ou seja, tão nobres, como as filhas e netos de Cristóvão de Melo.


Lopo de Albuquerque foi o primeiro Conde de Penamacor, por édito do rei Dom Afonso V de Portugal, quem, também, o fez senhor da Vila de Penamacor e e de Abiul. Lopo, ainda foi Camareiro Mor, Guarda Roupas, Copeiro Mor e Capitão Geral  da guarda do monarca.


Tomou parte ativa nas guerras junto aos principais do seu tempo. Foi guarda pessoal de Afonso V, em sua viagem à França. Também seu embaixador em Roma, onde tratou, junto ao Papa, da anulação do casamento do rei com a rainha Dona Joana.


Foi, junto ao seu irmão Pedro, o almirante, líder da Conjuração dos Duques de Bragança. Em fato da sucumbência do levante, retirou-se de Portugal com o passaporte falso de Pedro Nunes emitido pelo Ma’amad: órgão supremo da jurisdição civil autônoma dos judeus portugueses.



Túmulo de Inês de Castro, no Mosteiro de Alcobaça. Rainha “post mortem” de Portugal.  Esposa de Pedro I, progenitora dos primeiros Duques de Albuquerque. As esfinges antropoformes representam cada um dos seu ministros assassinos.


A tragédia da arrebatadora paixão de  Pedro e Inês: cantada por Luís de Camões como Colo de Garça. Fez-se da alma portuguesa e, hoje, identidade da cidade de Coimbra; como do fado na voz de Amália Rodrigues: Amália Rodrigues: Coimbra


Finalmente,  preso por três anos na Torre de Londres, teve o seu resgate pago pela rainha Isabel de Castela, sua prima, quem o fez Conde de Uzeda e Ubeda na Andaluzia. Morto, teve os restos trasladados para a sua terra por ordem da rainha Leonor, preceptora de Dom Manuel I; quem os encerrou no Mosteiro de Santo Antônio da Castanheira: em Vila Franca de Xira. Com a morte de Lopo, a Inquisição foi oficialmente instaurada em Portugal. A ter início com o batismo forçado, ao quê veemente se opôs o Cardeal Alpedrinha: Dom Jorge da Costa; tio avô de Lopo de Albuquerque.


Foi casado com Catarina de Noronha; sobrinha de Felipa Moniz, esposa de Cristóvão Colombo: suspeito codinome do seu irmão exilado Pedro de Albuquerque. Felipa, também, era conhecida como Leonor de Noronha, filha do Bispo de Évora, Pedro de Noronha casado com Branca Dias Perestrello. Ela, filha de Bartolomeu Perestrello: primeiro governador da Madeira; filho de Filippo Pallastrelli, natural da Itália.



Heráldica antiga dos Albuquerque de Portugal. A contrastar com as do ramo espanhol em razão do campo azul daqueles de Espanha. O uso das flores-de-lis era prerrogativa dos descendentes das casas reais


Tais pressupostos e requisitos dos manuais do Santo Ofício viriam desestabilizar todo o processo de organização política da sociedade brasileira. Desde os mais remotos tempos coloniais até 1973, com a promulgação da Constituição outorgada: da relatoria do Min. Alfredo Buzaid. Por força da qual a Igreja Católica Apostólica Romana teve cassado o status de religião oficial do Estado.


O termo Inquisição refere-se a várias instituições dedicadas à supressão das heresias no seio da Igreja Católica Romana. A Inquisição foi criada inicialmente para combater o sincretismo dentre alguns grupos religiosos. A Inquisição Medieval, da qual derivam todas as demais, foi instituída em 1184 na região de Languedoc: sul da França. Para combater aos Cátaros, os mesmos Albigenses.


Em 1249 foi implantada no Reino de Aragão, como a primeira Inquisição de Estado e, já na Idade Moderna, com a união de Aragão e Castela, transformou-se na Inquisição espanhola de 1478 a 1834: sob controle direto da monarquia.  Estendendo a sua atuação para as Américas, com o advento da União Ibérica e sujeição de Portugal à coroa espanhola.


A Inquisição Portuguesa foi instituída em 1536 e perdurou até 1821. A Inquisição Romana, instituição sob a denominação de “Congregação da Sacra, Romana e Universal Inquisição do Santo Ofício” permaneceu a vigorar até 1965. Extinta pelo Concílio Vaticano II convocado pelo Papa Paulo VI.



Consciente da identidade judaica do brasileiro, Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, esposa do grande escritor João Guimarães Rosa, expoente máximo da literatura pátria, como oficial do consulado do Brasil em Hamburgo, resgatou milhares de judeus com a concessão de passaportes contra a ordem do ditador Getúlio Vargas: o qual mandou negar asilo e documentos aos judeus alemães. Ela é reverenciada como heroína no Jardim dos Justos entre as Nações e no Museu do Holocausto: Yad Vashem, em Jerusalém.


Assim, o terror de Estado, cúmplice do terror religioso, persistiu por quase oitocentos anos. Não há, portanto, como distinguir o Holocausto Nazista como evento histórico isolado. Sendo, em verdade, apenas uma nova fase da Inquisição: a fase germânica. Qualquer distinção, a este respeito, é de flagrante hipocrisia.


Com isto, o Brasil, com um atraso histórico de quase duzentos anos, fez-se Estado laico, para ingressar na Idade Contemporânea. Fato este, que veio provocar a guinada do clero católico romano às esquerdas. Isto para sobrevivência política, em razão da perda de cediços privilégios. Qualquer outro argumento é mera falsidade ideológica.


Sendo esta a real motivação da gramaticalmente equivocada “opção preferencial” pelos pobres. Ora, o termo opção, de si, expressa preferência. Tratando-se mesmo, de primário marqueteirismo demagógico.


O autoproclamado clero progressista, encabeçado por Dom Helder Câmara: egresso das falanges da direita integralista. Dom Fragoso, bispo de Cratéus, Ceará e Dom Pedro Casaldáliga, bispo de São Félix do Araguaia, Mato Grosso: coito e teatro de operações da mais acirrada guerrilha.  Insurgiu-se contra o poder civil laicista; na renitência do poder temporal da Igreja Católica Apostólica Romana.


Isto com a organização e fomento de movimentos de extrema esquerda revolucionária da linha maoísta e stalinista, treinada e armada em Cuba, no protagonismo de assaltos terroristas. O quê provocou os excessos do contragolpe militar: com a morte de centenas de inocentes úteis; heróis messiânicos.


Em Pernambuco, os preconceitos consagrados pela Inquisição Católica Romana viriam provocar todas as sedições, motins, escaramuças e arruaças. A culminar no êxodo das mais antigas famílias para os sertões do semi-árido nordestino. Bem como, para regiões dos Estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.


Aliás, dos mazombos: acaboclados nobres da terra. Conta-se passados a Minas Gerais, os ascendentes do poeta Carlos Drummond de Andrade. Diretos descendentes de João Escócio: quem, em 1475, casou-se com a judia sefardita Branca Afonso.



Por um lado com ascendência nos Albuquerque Berenguer. A ressaltar serem os Berenguer antiga família sefardita de Castela. Por outro, em João Escócio o qual era filho de John Drummond casado com Elizabeth Sinclair: filha de Henry Sinclair, Conde de Orkney e Jane Hallibourton.


Já a filha de João Escócio, Beatriz, casou-se com o cristão-novo Antão Alves de Carvalho: filho de Gil Carvalho, capitão mor na Índia casado com a judia Maria Eanes de Loureiro. Os quais se fixaram na Ilha da Madeira. Na Vila de Santa Cruz: na propriedade denominada Solar de São Gil. Sendo esta a comum ascendência dos Drummond do Brasil.


O ramo pernambucano dos Drummond descende do casamento de uma neta de Jerônimo de Albuquerque com a índia tabajara Muyrah Uby: filha do morubixaba Uyra Uby, o Arcoverde. A descenderem desta e outras índias do séquito de Jerônimo os Albuquerque Arcoverde, os Holanda Cavalcanti, os Cavalcanti de Albuquerque, os Albuquerque Lins, os Albuquerque Maranhão, os Bezerra de Melo, os Albuquerque Melo, os Holanda Cavalcanti e os Bezerra de Albuquerque.


O ramo dos Drummond  de Minas Gerais é descendente de Antônio de Carvalho Drummond, quem no Séc. XVII, vindo da Madeira e passado por Pernambuco, foi nomeado capitão mor das terras de São Miguel de Antônio Dias: no Rio das Velhas.


Entre os descendentes diretos dos cristãos-novos, judeus-velhos, Gil Carvalho e Maria Eanes de Loureiro e a matriarca sefardita Branca Afonso, conta-se o juiz ordinário João Batista de Carvalho Drummond. O mesmo legendário coronel Cantídio Drummond de Drummond e o poeta Carlos Drummond de Andrade.



O poeta e escritor pernambucano Antônio Campos. Entusiasta da presença judaica no Brasil. Antônio é, ainda, por ascendência direta: Alencar e Souza Leão.


Ao contrário do que muito se acredita, ter sido a queda da Companhia das Índias Ocidentais a causa única do êxodo das famílias senhoriais de cristãos-novos de Pernambuco. A revolução de 1710 apresenta-se como evento de maior causa emigratória.


A Guerra dos Mascates, como esta revolução ficou para a História. Veio a ser conseqüência das disputas instigadas pelo Tribunal do Santo Ofício a serviço da coroa portuguesa que, no reino, combatia a antiga nobreza para firmar-se como poder central. Ao tempo que na colônia empreendia quebrar a hegemonia da açucarocracia, para impor a nova ordem da Metrópole.


Nisto bateram-se dois partidos. De um lado os recentes imigrados portugueses afeitos ao comércio: ditos reinóis. Pretendidos cristãos-velhos, privilegiados da Inquisição. De outro, os “nativizados” cristãos-novos: ditos mazombos. Do antigo  senhoril ruralista, refutados da Inquisição.


Por ocasião do acirrado revanchismo do período pós guerra, a coroa portuguesa, contando ao seu serviço os comissários da Inquisição. De esmagadora maioria reinol. Instaurou o terror de Estado. A fazer de bandos de marginais, os tundacumbes, a sua vanguarda armada na invasão de propriedades e no incêndio de canaviais. Mesmo na violação das casas-grandes, com o estupro das mulheres das famílias senhoriais.



Marquês de Pombal: o livre obreiro, Sebastião José de Carvalho e Melo. Desbancou a Igreja Católica Apostólica Romana dos seus poderes temporais. Revogou os odiosos estatutos de pureza de sangue e origem. Cassou o poder de polícia do Tribunal do Santo Ofício e expulsou os Jesuítas por édito do Rei Dom José I de Portugal em 1773, em fato dos excessos fomentados pela ordem religiosa na metrópole e nas colônias; notadamente no Nordeste do Brasil: “Declaro os sobreditos regulares Jesuítas rebeldes, traidores, adversários e agressores que estão contra a minha real pessoa e Estados. Contra a paz pública dos meus reinos e domínios, e contra o bem comum dos meus fiéis vassalos; mandando que efetivamente sejam expulsos de todos os meus reinos e domínios.”  Finalmente, o feitiço virou contra os feiticeiros e cumpriu-se justiça! No Brasil, com o retardo de exatos duzentos anos, em 1973, a Igreja Católica Apostólica Romana perdeu o status de religião oficial do Estado; por força da Constituição Outorgada: da relatoria do Min. Alfredo Buzaid.


O quê viria inspirar as Ligas Camponesas de Francisco Julião: causa maior dos excessos do contra-golpe militar de 1964 a culminar com o exílio do líder camponês. Sendo, ele mesmo, de inequívoca ascendência mazomba.


Isto na ignorância de si próprio: conseqüência da Inquisição. Pois, os Lucena, ascendentes diretos de Julião, são uma das mais antigas famílias judaicas da Espanha. Isaac de Lucena era sócio de David Senior Coronel. Juntamente com quem fundou a sinagoga portuguesa de Amsterdã, a sinagoga portuguesa do Recife e a sinagoga portuguesa de Nova Iorque: Sherit Israel.


Julião era herdeiro dos Lucena do Engenho Espera. Na cidade de Bom Jardim, município contíguo a Orobó:  Pernambuco. Com fortes raízes na açucarocracia paraibana. Da comum parentela do presidente da república Epitácio Pessoa e do seu sobrinho, o heróico João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque: morto no Recife por João Dantas, da Serra do Teixeira: Paraíba. Cuja frase estampa a bandeira daquele Estado: Nego! Primo em primeiro grau de Mário Barbosa da Silva, com quem Julião partilhou a herança.



João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, assassinado por João Dantas. Precisamente na Confeitaria Glória. No Recife. Na esquina da Rua da Palma, com a rua Nova. Vindo o fato a emprestar causa à revolução de 1930. Incorporam-se às falanges de Juarez Távora vários militares paraibanos parentes do morto. Dentre eles o tenente Ascendino Feitosa, quem comandou a invasão da Casa de Detenção do Recife, onde se encontravam João Dantas e Augusto Caldas> os quais foram trucidados pelo Feitosa.  João Pessoa era filho de Cândido Clementino Cavalcanti de Albuquerque e de Maria de Lucena Pessoa, de Orobó, Pernambuco, irmã do presidente da república Epitácio Pessoa


Mário: meu sogro. Filho do major Olímpio de Lucena e de Maria de Paula Pessoa Barbosa. Quem dividiu o espólio do Engenho Espera, com Francisco Julião. Casado com Maria de Lourdes Henriques de Oliveira: filha do cristão-novo, reinol de bom partido,  Boaventura da Costa Oliveira. Mais conhecido do vulgo por Seu Pedro e de Severina Navais de Miranda Henriques: Dona Nenen. Pai de Roseana Oliveira Barbosa, minha primeira esposa.


Do assento de n.° 24.060 de Maria de Lourdes, esposa de Mário, junto ao Conservatório de Registros Gerais de Lisboa, consta ser ela, pelo lado paterno, neta de Joaquim da Costa Oliveira e de Maria de Souza Maia: naturais de Póvoa de Varzim, Vila do Conde, norte de Portugal. Já do lado materno ela ser neta de Manoel Augusto de Miranda Henriques e de Anna Eulália de Navais Henriques.


Já Mário, por seus laços com João Pessoa, faz-se-nos  próximo parente de Olga Feitosa (de Castro), minha mãe, e de Pedro Bezerra de Albuquerque: meu idolatrado pai. Eu bem poderia tê-lo feito mais feliz. Realizado comigo: fosse eu, grande empresário. Mas, o dinheiro sempre me aborreceu.


O quê fazer, se eu nasci poeta e escritor? Ora, qualquer assunto financeiro leva-me à profunda melancolia. Para mim, todo trato pecuniário é do meu mais irrelevante interesse. Contudo, eu fiz caminho inverso ao do meu primo Bruno Maranhão: líder e fundador do MST-Movimento dos Trabalhadores Sem Terra.



Olga Feitosa e Castro e a sua neta Juliana: filha de Pedro de Albuquerque.


É quê eu tive um amigo de inestimável valor: Roberto de Souza Leão. Casado com Leninha: filha de Cornélio Lacerda de Almeida Coimbra Brennand. Roberto foi pai de João, Joaquim e de Roberta. Inimicíssimo dos meus inimigos e amicíssimo dos meus amigos. Acérrimo crítico do clero progressista. Mas, unicamente no campo ideológico; qualquer outra consideração é pura mitologia. 


Roberto foi irmão dos meus amigos Ricardo, Maria e Márcia. 

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