Por trás da letra: Saigon - Por Cláudio Cartier e Paulo Cesar Feital

 Por trás da Letra: Saigon - Cláudio Cartier e Paulo César Feital


"Conheci o Emílio no começo dos anos 1980. O Cláudio Cartier me mostrou uma música e me pediu uma letra e eu fiz 'Saigon'. A primeira gravação foi do Cartier, depois a Beth Carvalho gravou, mas ela estourou com o Emílio. O Menescal tinha levado para ele. Fiz em cima da pancadaria que estava rolando no Vietnã, e fiz um paralelo com um casal em briga, em guerra, quebrando o pau. A guerra no Vietnã já tinha passado, mas ainda era algo muito vivo na cabeça das pessoas da minha geração. Emílio é importante não só por 'Saigon'. De minha autoria, ele gravou 'Perfume Siamês', 'Dias de Lua', '40 Anos', 'Flamboyant', entre outras. Ele teve uma importância muito grande para a minha carreira, era uma pessoa muito querida, íntegra, um ser humano genuíno, absurdamente profissional." Paulo César Feital,

autor de "Saigon"


"O Emílio já cantava 'Saigon nos shows antes de gravar. A Beth Carvalho gravou e o Emílio gravou apenas no 'Aquarelas Brasileiras 2', em 1989. Depois dessa música, acabei virando uma espécie de 'pezinho de coelho' para ele. 'Saigon', no coração do Emílio, passou a ser a 'Conceição' dele. 


Nos shows, o pessoal sempre pedia, até o fim da vida dele, foi uma marca da qual o Emílio não conseguiu se desvencilhar, e ele gostava disso. Foi uma troca de presentes, tanto ele ganhou um presentão, quanto a gente. A satisfação foi de todo mundo, que lucrou com 'Saigon'. Tentei fazer outras 'Saigons' na minha vida, mas nunca consegui. O Feital fez uma primeira letra e eu vetei porque era muito agressiva, o pau quebrava muito. Depois, ele chegou com uma segunda letra no estúdio, inacabada, eu fiquei chateado com o Feital. Ali, o produtor, Carlão, completou a letra e entrou na parceria. Nós não apostávamos no sucesso de 'Saigon', a música de trabalho seria outra. Ninguém entendeu nada, as pessoas achavam que a gente tinha pago jabá nas rádios para ela tocar por dois anos sem parar. Não sei nem explicar os elementos que fizeram de 'Saigon' um sucesso, era meio toada, meio jazz, meio bossa. A música era como se fosse do Emílio, ela só estourou porque ele adubou aquela flor.'

Cláudio Cartier,

autor de "Saigon"


Comentários

  1. Emílio Santiago é um dos maiores intérpretes do Brasil. "Saigon" realmente foi o "pé de coelho" para ele e os compositores.

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