O ATENEU , DE RAUL POMPÉIA



 O Ateneu. Raul Pompéia. 1888. Primeira edição, com a capa original.


Um dos principais romances de nossa literatura, um livro que já nasceu obra-prima, abraçado pela crítica da época e até hoje leitura obrigatória em vestibulares.

Publicado por Pompéia aos 25 anos, O Ateneu praticamente criou uma nova estética, difícil de classificar como naturalista, realista ou simbolista, ou talvez uma mistura de todas: um livro moderno para a época, que seria ainda mais valorizado no século XX.

A linha autobiográfica, das memórias da rigidez do pai, do internato do Rio, da descoberta do mundo, causam pronta identificação nos leitores que enfrentam os dilemas e angústias da juventude. Um tal J.D. Salinger faria algo parecido, mas muitos anos depois.

Raul Pompéia, figura rebelde, de vanguarda, politizado, combativo. Dono de imensa cultura, diretor da Biblioteca Nacional e da Academia de Belas Artes. A amizade com Luis Gama e a causa abolicionista o levaram a ser reprovado, por motivos políticos, na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco - terminaria o curso na do Recife. Volta ao Rio, engaja-se de forma radical na política, perde as amizades, briga com Bilac e o amigo Luís Murat. A decepção com o mundo e os ataques sofridos seriam a causa de sua morte: tiraria a própria vida aos 32 anos. E para ser realmente trágico: com um tiro no peito, no dia de Natal, na frente da mãe...

Pra fechar, uma curiosidade bibliográfica:
1. A primeira edição não possui os belos desenhos do talentoso Pompéia, que seriam incorporadas ao livro apenas na segunda edição, de 1905;
2. A primeira edição em si já é muito rara, mas com a capa original, é raríssima. Essas capinhas, em tom verde e apenas tipográficas, já eram feitas para não durar, pois na encadernação elas seriam arrancadas de qualquer forma.
Fonte: Página: biblioteca.peck.pinheiro, do Instagram

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