Doze horas em diligência - Guia do viajante de Petrópolis a Juiz de Fora. Primeiro guia de turismo ou de viagem publicado na América Latina
Doze horas em diligência - Guia do viajante de Petrópolis a Juiz de Fora. Revert-Henry Klumb. 1872. Primeira edição.
Este foi um dos primeiros livros de fotografia publicados no Brasil. Foi também o primeiro guia turístico, ou de viagem, publicado na América do Sul.
Dedicado à sua protetora, a Imperatriz Teresa Cristina, o livro traz 30 fotografias, transformadas em litografia para impressão, e uma planta longitudinal da Estrada União e Indústria. A primeira é o retrato do empresário Mariano Procópio Ferreira Lage, recém-falecido em fevereiro de 1872 e amigo de Klumb.
Em um trajeto de 12 horas, "das 6 da manhã às 6 da tarde", Klumb fotografou uma panorâmica de Petrópolis (talvez a primeira), o Palácio (hoje Museu Imperial) e as principais paradas do caminho, mesclando fotos da natureza, construções, pontes e povoamentos iniciais das atuais Três Rios e Paraíba do Sul, provavelmente em seus primeiros registros em foto.
Chegando a Juiz de Fora, registra a Estação Ferroviária e faz as duas primeiras fotos da cidade em si. E, claro, fecha com a linda panorâmica da Villa Ferreira Lage, onde hoje está o Museu Mariano Procópio, o mais antigo de Minas Gerais. Klumb também dá "dicas" de hotéis, informa preços de passagens, etc.
O francês (alemão?) Klumb foi um dos nomes mais importantes da fotografia no Brasil. Fotógrafo da Casa Imperial, professor das princesas, membro da Academia de Belas Artes, pioneiro na estereoscopia. Desapareceu misteriosamente por dez anos, entre 1875 e 1886; neste ano revelou em carta à Imperatriz que estava em Paris, casado com a baiana Hermelinda Barreto e com duas filhas. Pede ajuda para voltar ao Brasil, a Imperatriz envia as passagens e nunca mais ouve-se falar do paradeiro de Klumb.
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