No Dia Internacional dos Direitos da Mulher, algumas primeiras edições e histórias de luta na selva da literatura brasileira.

 


No Dia Internacional dos Direitos da Mulher (não esqueçam dos direitos), algumas primeiras edições e histórias de luta na selva da literatura brasileira.

Basicamente, é o seguinte:
Se você nasce homem, e branco, você nada a favor da corrente. Todas as forças estão aí para te impulsionar. A sua vaga te espera, e você será promovido; seu livro terá preferência para ser lançado.

Mas se você nasce mulher... ah... você nada rio acima, contra a corrente. Poucos acreditarão no seu trabalho, vão lhe cobrar uma competência na escrita digna de um Nobel.

Alguns exemplos:

Júlia Lopes de Almeida: a maior e mais vendida escritora brasileira no final do século XIX. Participou da concepção da ABL, pois fazia parte da chamada "Panelinha", com Machado e Bilac. Seu nome estava na lista dos 40 "imortais" fundadores. Na última hora, foi removido. Alguém lembrou que "se o modelo é a Academia Francesa, mulheres não podem entrar". E ela ficou de fora.

Francisca Júlia da Silva: poetisa de grande talento, publicou nos jornais do Rio. O crítico João Ribeiro não acreditou que pudesse ser uma mulher a autora de versos tão lindos. Achava que era um homem e começou a atacá-lo. Depois, esclarecido o caso, com muita vergonha, empenhou-se para que ela publicasse seu primeiro livro, Mármores.

Rachel de Queiroz, nas palavras de Graciliano Ramos em 1937:
"O Quinze fez nos espíritos estragos maiores que o romance de José Américo, por ser livro de mulher e, mais assombroso, de mulher nova.  Seria realmente de mulher? Não acreditei. Lido o volume e visto o retrato no jornal, balancei a cabeça: não há ninguém com este nome. É pilhéria. Deve ser pseudônimo de sujeito barbado. Depois conheci Rachel, mas ficou-me durante muito tempo a ideia idiota de que ela era homem, tão forte estava em mim o preconceito que excluía as mulheres da literatura. Se a moça fizesse sonetos, muito bem. Mas escrever O Quinze não me parecia natural."

Clarice Lispector:
De um ex-chefe, em carta de recomendação: "Inteligente, boa repórter. Ao contrário da maioria das mulheres, essa sabe escrever."


Fonte; página 

biblioteca.peck.pinheiro

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