NOTAS DE GASTRONOMIA (613)
QUANDO A LAGOSTA ERA ALIMENTO PARA OS POBRES
Durante o período colonial americano, as lagostas eram consideradas “carne de lixo” e consumidas por empregados, prisioneiros e famílias pobres que não podiam pagar mais nada. Até mesmo tribos indígenas que viviam perto da costa usavam lagostas como fertilizante ou isca para peixes.
Numa cidade de Massachusetts, os empregados até processaram seus donos porque ele lhes dava lagosta demais para comer. Eles ganharam a ação e a decisão determinou que só poderiam ser alimentados com lagosta, no máximo, três vezes por semana.
As lagostas tinham uma reputação muito ruim porque eram extremamente abundantes. Os colonos poderiam simplesmente caminhar até a costa e pegá-los em massa. Também não ajudou o fato de as pessoas comerem lagostas totalmente assadas e comidas como macarrão ou ensopado.
No início do século XIX, o feijão cozido recebia 53 centavos por libra em Boston e apenas 11 centavos por libra de lagosta. Era bastante comum servir a gatos.
No final do século XIX, a situação começou a mudar. À medida que as ferrovias começaram a se expandir pelos Estados Unidos, as empresas ferroviárias decidiram servir lagosta porque era barata, abundante e em grande parte desconhecida dos passageiros do interior, que a consideravam deliciosa. Foi nessa época que a carne de lagosta também passou a ser enlatada e vendida em todo o país, impulsionando ainda mais a demanda.
Na década de 1920, havia menos lagostas, mas a procura continuou a aumentar. Na década de 1950, a lagosta consolidou seu status de iguaria e se tornou algo consumido por estrelas de cinema e pelos ricos.
JALG
18/03/24
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