Canhoto da Paraíba, um gênio da música
Há 98 anos, em 1926, nasceu Francisco Soares de Araújo, mais conhecido como Canhoto da Paraíba, protagonista de uma trajetória singular.
Proveniente de uma família de músicos, desde cedo Canhoto demonstrou talento para o violão. Sua técnica peculiar de tocar com a mão esquerda sem inverter as cordas o destacou como um violonista de grande destaque, sendo reconhecido por nomes como Pixinguinha, Radamés Gnatalli e Paulinho da Viola, entre outros.
Chamava a atenção que, apesar de ser destro para as atividades cotidianas como escrever, ele usava a mão esquerda para a música, compondo assim mais de 80 canções ao longo da carreira.
Sua trajetória musical teve início em 1948, quando apresentou-se na Rádio Clube de Pernambuco. Mudou-se para o Recife em 1958 e, no ano seguinte, sua habilidade no violão encantou o cenário musical.
Nessa época, já havia formado um conjunto musical e viajou para o Rio de Janeiro. Lá, ele participou de um sarau na famosa casa de Jacob do Bandolim, onde estava presente a nata do choro carioca. Assim, ele despertou o entusiasmo e a admiração de todos.
Ao longo de sua carreira, ele gravou diversos discos, incluindo "Um violão direito nas mãos do Canhoto" e "Pisando na brasa", e compartilhou o palco com grandes nomes da música brasileira.
Em reconhecimento à sua contribuição para a cultura, Canhoto da Paraíba foi nomeado Patrimônio Vivo de Pernambuco em 2002, uma justa homenagem a um dos grandes talentos da música brasileira.
O artista paraibano nos deixou em 2008, aos 82 anos, vítima de um infarto em sua casa na cidade de Paulista, Região Metropolitana do Recife (RMR).
A imagem deste post mostra Canhoto da Paraíba, em show do Projeto Pixinguinha, de 1978 — Foto: Funarte/Acervo público
Já a música "Pisando em Brasa", de Raphael Rabello e Canhoto da Paraíba, que embala esse post, está disponível no acervo da Fonoteca da Fundaj, que começou a ser formado em 1981, e é considerado o maior acervo sonoro do Nordeste.
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