𝐎 𝐂𝐀𝐍𝐆𝐀𝐂𝐄𝐈𝐑𝐎 𝐌𝐀𝐍𝐎𝐄𝐋 𝐕𝐈𝐂𝐓𝐎𝐑 --
Manoel Victor da Silva (ou Manoel Victor Martins), foi um cangaceiro da região pernambucana de Tacaratu, nasceu no ano de 1895, sendo filho de Pedro Martins da Silva e Maria Liceia da Silva.
Antes de entrar no mundo das armas, era um grande comerciante na sua terra natal, de certa instrução e com uma educação média para aquela época, um abastado morador da localidade. Por um momento, no ano de 1926, em que desfeitado e desarmado pelo major José Lucena, na região de Alagoas, no mesmo tempo que não se achava nas condições de abater seus créditos no comércio, decide então juntamente com seus irmãos Januário Martins e Ernesto Martins, criar um grupo de cangaceiros que agissem em ambos os estados de Pernambuco e Alagoas, afim de poder se vingar da "vergonha" que o volante o fez; sabendo também que, a partir desta decisão, iria viver dos frutos de seus roubos. Pelos tempos em que atuou nas regiões alagoanas, confirma que emboscou várias vezes as tropas de Lucena e do tenente José Joaquim Grande. Ora comandava um número elevado de cabras, ora um número inferior; todavia, ficara marcado na Historiografia de Pernambuco e Alagoas.
Começando a sua caminhada como bandido, acabou por "comprar briga" com uma família poderosa de enormes fazendeiros de Tacaratu/PE, a família Faceiro Lima. A primeira vítima deste clã foi o Sr. Antônio Faceiro Lima que, no dia 16 de julho de 1926, aprisionado na casa de Manoel, dentro da cidade, por dois indivíduos, permaneceu por cerca de 4 horas na mão dos bandoleiros, vindo a fugir devido à intervenção de pessoas amigas. Logo adiante, prende também o irmão deste, Noé Faceiro Lima, que também conseguiu fugir com muita dificuldade. Acaba sumindo da cidade, voltando somente no mês que vem.
Em 18 de agosto de 1926, às 5 horas, aprisiona um empregado da residência de José de Souza Lima, com quem Antônio, também seu irmão, morava. Aprisionado o agregado, Manoel Victor, seu mano Januário Martins e mais dois homens são levados até o quarto em que sua primeira vítima dormia. Exigiram dele cerca de quinhentos mil réis, pois em caso de não serem atendidos, iriam saquear por completo a morada de seu irmão José. Temendo que isso acontecesse, Antônio entrega a quantia, e logo depois é escoltado até a casa do meliante, em que este manda vários portadores para chamar outros cangaceiros. Nesses pedidos, chega seu outro irmão Ernesto Martins, João Cavalo Velho e José de Marcelina, enviado por Manoel Manducas Laranjeiras. Durante o tempo em que esteve preso, fora repentinamente ameaçado de morte caso não fosse cumprido o que os bandidos pediam. Mas consegue fugir novamente, pulando muros, debaixo de fogo, tendo se salvado miraculosamente. Logo em seguida de sua fuga, uma tropa militar, também composta por alguns membros da família Faceiro Lima, cerca a casa do ex-comerciante, acarretando em um tiroteio duradouro de 12 horas, vindo Manoel e seus companheiros fugirem, ficando somente seu mano Januário na residência com uma das pernas fraturadas; foi preso e pronunciado em novembro de 1926 pelo seu crime.
Enquanto Antônio estava na casa de Manoel, pergunta por qual motivo que lhe capturou, respondendo logo em seguida para auxiliar com o dinheiro e que não houvesse perseguições contra ele, mandadas pelo delegado Angelo Gomes Lima (tio de Antônio Faceiro Lima); além também que o mesmo permitisse a transformação de Tacaratu em um coito seguro ao cangaceiro (tal transformação que não ocorreu).
No mês de junho de 1927, no dia 16, Antônio é novamente alvo de uma nova emboscada orquestrada por Victor, saindo o fazendeiro ferido no braço direito por um tiro de rifle. Depois desse fato, acaba se retirando para a região de Moxotó/PE.
Apontam que o Clã dos Faceiro's tinham uma certa ligação com Lampião e seu bando. Antes de Virgolino atuar na região da Bahia, contrataram os serviços do seu grupo para que dessem cabo de Manoel e bando; houveram, ao menos, um combate do Cego contra Victor nas imediações de Tacaratu, trazendo rivalidades em ambos os chefes de cangaço.
Em fevereiro de 1930, Antônio viaja novamente para a sua cidade de origem, com o objetivo de visitar sua família. Dois dias depois de sua chegada, à noite, seu irmão Pedro Faceiro Lima, foi alvejado a tiros de rifle pelo famigerado bando. Julgava Manoel que seria a figura de seu velho inimigo, motivo esse do disparo.
Em 25 de agosto de 1930, Manoel Victor acompanhado de quatro cangaceiros, apareceu na fazenda da família, denominada Serrote, conseguindo alvejar a tiros de rifle e fuzil o vaqueiro Bello Casimiro, ferindo-o gravemente; impuseram ainda a retirada de todos os moradores, deixando a fazenda em completo abandono. Os Faceiro's foram cobrar providências ao delegado Antônio Exalto Cavalcanti, que "nem ao menos procedeu ao corpo e delito e muito menos nos deu a menor satisfação."
Em 18 de setembro de 1930, Manoel acaba mandando uma carta para José de Souza Lima, irmão de Antônio Faceiro Lima, dizendo o seguinte:
"𝘊𝘦𝘭. 𝘑𝘰𝘴𝘦́ 𝘥𝘦 𝘚𝘰𝘶𝘻𝘢 𝘓𝘪𝘮𝘢, 𝘤𝘰𝘮𝘰 𝘳𝘦𝘱𝘳𝘦𝘴𝘦𝘯𝘵𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘭𝘦𝘢𝘥𝘦𝘳 𝘥𝘢 𝘧𝘢𝘮𝘪𝘭𝘪𝘢, 𝘷𝘦𝘯𝘩𝘰 𝘱𝘳𝘰𝘱𝘰𝘳 𝘰 𝘮𝘦𝘪𝘰 𝘱𝘦𝘭𝘰 𝘲𝘶𝘢𝘭 𝘱𝘰𝘥𝘦𝘳𝘢́ 𝘥𝘦𝘴𝘢𝘱𝘱𝘢𝘳𝘦𝘤𝘦𝘳 𝘥𝘦 𝘶𝘮𝘢 𝘮𝘢𝘯𝘦𝘪𝘳𝘢 𝘱𝘢𝘤𝘪𝘧𝘪𝘤𝘢 𝘐𝘯𝘤𝘰𝘮𝘱𝘢𝘵𝘪𝘣𝘪𝘭𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦𝘴 𝘦𝘯𝘵𝘳𝘦 𝘮𝘪𝘮 𝘦 𝘢 𝘧𝘢𝘮𝘪𝘭𝘪𝘢 𝘓𝘪𝘮𝘢, 𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘴𝘦𝘨𝘶𝘯𝘥𝘰 𝘤𝘢𝘭𝘢 𝘦𝘮 𝘮𝘦𝘶 𝘦𝘴𝘱𝘪𝘳𝘪𝘵𝘰, 𝘢𝘤𝘳𝘦𝘥𝘪𝘵𝘰 𝘴𝘦𝘳 𝘦𝘴𝘵𝘦 𝘰 𝘶𝘯𝘪𝘤𝘰 𝘮𝘦𝘪𝘰 𝘷𝘪𝘢𝘷𝘦𝘭 𝘤𝘰𝘮𝘰 𝘮𝘦 𝘦𝘹𝘱𝘭𝘪𝘤𝘰:
𝘐 - 𝘝𝘪𝘴𝘵𝘰 𝘤𝘰𝘮𝘰 𝘷𝘦𝘫𝘰 𝘤𝘢𝘥𝘢 𝘥𝘪𝘢 𝘢𝘨𝘨𝘳𝘢𝘷𝘢𝘳-𝘴𝘦 𝘢 𝘲𝘶𝘦𝘴𝘵𝘢̃𝘰 𝘦𝘮 𝘢𝘱𝘳𝘦𝘤̧𝘰, 𝘦́ 𝘦𝘹𝘤𝘶𝘴𝘢𝘥𝘰 𝘥𝘪𝘻𝘦𝘳 𝘲𝘶𝘦 𝘴𝘰́ 𝘢𝘤𝘤𝘦𝘪𝘵𝘢𝘳𝘦𝘪 𝘶𝘮 𝘢𝘤𝘤𝘰𝘳𝘥𝘰, 𝘧𝘪𝘤𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘰𝘴 𝘳𝘦𝘴𝘱𝘰𝘯𝘴𝘢𝘷𝘦𝘪𝘴, 𝘰𝘣𝘳𝘪𝘨𝘢𝘥𝘰𝘴 𝘢 𝘤𝘰𝘯𝘤𝘰𝘳𝘳𝘦𝘳 𝘤𝘰𝘮 𝘢 𝘪𝘮𝘱𝘰𝘳𝘵𝘢𝘯𝘤𝘪𝘢 𝘥𝘦 𝘴𝘦𝘴𝘴𝘦𝘯𝘵𝘢 (60:0008000) 𝘤𝘰𝘯𝘵𝘰𝘴 𝘥𝘦 𝘳𝘦́𝘪𝘴 𝘥𝘦𝘯𝘵𝘳𝘰 𝘥𝘰 𝘱𝘳𝘢𝘴𝘰 𝘥𝘦 30 𝘥𝘪𝘢𝘴, 𝘢 𝘤𝘰𝘯𝘵𝘢𝘳 𝘥𝘦𝘴𝘵𝘢 𝘥𝘢𝘵𝘢;
𝘐𝘐 - 𝘈𝘭𝘦́𝘮 𝘥𝘢 𝘰𝘣𝘳𝘪𝘨𝘢𝘵𝘰𝘳𝘪𝘦𝘥𝘢𝘥𝘦 𝘥𝘢 𝘤𝘭𝘢𝘶𝘴𝘶𝘭𝘢 𝘱𝘳𝘦𝘤𝘦𝘥𝘦𝘯𝘵𝘦, 𝘧𝘪𝘤𝘢𝘳𝘢̃𝘰, 𝘢𝘪𝘯𝘥𝘢, 𝘰𝘣𝘳𝘪𝘨𝘢𝘥𝘰𝘴 𝘢 𝘳𝘦𝘵𝘪𝘳𝘢𝘳-𝘴𝘦 𝘥𝘦 𝘛𝘢𝘤𝘢𝘳𝘢𝘵𝘶', 𝘥𝘦𝘯𝘵𝘳𝘰 𝘥𝘰 𝘱𝘳𝘢𝘻𝘰 𝘥𝘦 𝘯𝘰𝘷𝘦𝘯𝘵𝘢 (90) 𝘥𝘪𝘢𝘴, 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘶𝘮𝘢 𝘥𝘪𝘴𝘵𝘢𝘯𝘤𝘪𝘢 𝘥𝘦 𝘤𝘦𝘮 𝘭𝘦𝘨𝘶𝘢𝘴 𝘢𝘤𝘪𝘮𝘢, 𝘯𝘢̃𝘰 𝘧𝘪𝘤𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘯𝘰 𝘌𝘴𝘵𝘢𝘥𝘰 𝘥𝘦 𝘗𝘦𝘳𝘯𝘢𝘮𝘣𝘶𝘤𝘰;
𝘐𝘐𝘐 - 𝘗𝘰𝘥𝘦𝘳𝘢̃𝘰 𝘤𝘰𝘯𝘴𝘵𝘪𝘵𝘶𝘪𝘳 𝘱𝘳𝘰𝘤𝘶𝘳𝘢𝘥𝘰𝘳, 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘵𝘦𝘳𝘮𝘪𝘯𝘢𝘳 𝘰𝘴 𝘴𝘦𝘶𝘴 𝘯𝘦𝘨𝘰𝘤𝘪𝘰𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘯𝘢̃𝘰 𝘧𝘰𝘳𝘦𝘮 𝘳𝘦𝘢𝘭𝘪𝘻𝘢𝘥𝘰𝘴 𝘥𝘦𝘯𝘵𝘳𝘰 𝘥𝘰𝘴 𝘯𝘰𝘷𝘦𝘯𝘵𝘢 (90) 𝘥𝘪𝘢𝘴;
𝘐𝘝 - 𝘊𝘢𝘴𝘰 𝘴𝘦𝘫𝘢 𝘢𝘤𝘤𝘦𝘪𝘵𝘢 𝘦𝘴𝘵𝘢 𝘮𝘪𝘯𝘩𝘢 𝘱𝘳𝘰𝘱𝘰𝘴𝘵𝘢, 𝘥𝘦𝘷𝘦𝘳𝘢́ 𝘦𝘯𝘷𝘪𝘢𝘳 𝘱𝘦𝘭𝘰 𝘮𝘦𝘴𝘮𝘰 𝘱𝘰𝘳𝘵𝘢𝘥𝘰𝘳, 𝘥𝘦𝘯𝘵𝘳𝘰 𝘥𝘦 24 𝘩𝘰𝘳𝘢𝘴 𝘢 𝘪𝘮𝘱𝘰𝘳𝘵𝘢𝘯𝘤𝘪𝘢 𝘥𝘦 𝘥𝘦𝘻 (10:0003000) 𝘤𝘰𝘯𝘵𝘰𝘴 𝘥𝘦 𝘳𝘦́𝘪𝘴, 𝘲𝘶𝘦 𝘤𝘰𝘯𝘴𝘵𝘪𝘵𝘶𝘪𝘳𝘢́ 𝘰 𝘴𝘦𝘭𝘭𝘰 𝘰𝘶 𝘢 𝘗𝘌𝘋𝘙𝘈-𝘉𝘈𝘚𝘌 𝘥𝘢 𝘤𝘪𝘵𝘢𝘥𝘢 𝘱𝘢𝘤𝘪𝘧𝘪𝘤𝘢𝘤̧𝘢̃𝘰, 𝘪𝘮𝘱𝘭𝘪𝘤𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘥𝘪𝘻𝘦𝘳 𝘲𝘶𝘦 𝘴𝘦𝘮 𝘰 𝘤𝘶𝘮𝘱𝘳𝘪𝘮𝘦𝘯𝘵𝘰 𝘥𝘦𝘴𝘵𝘢 𝘤𝘭𝘢𝘶𝘴𝘶𝘭𝘢 𝘧𝘪𝘤𝘢𝘳𝘢́ 𝘵𝘶𝘥𝘰 𝘥𝘦𝘴𝘧𝘦𝘪𝘵𝘰;
𝘝 - 𝘔𝘶𝘪𝘵𝘰 𝘦𝘮𝘣𝘰𝘳𝘢 𝘧𝘪𝘲𝘶𝘦 𝘢𝘰 𝘴𝘦𝘶 𝘤𝘳𝘪𝘵𝘦𝘳𝘪𝘰 𝘰 𝘮𝘰𝘥𝘰 𝘱𝘦𝘭𝘰 𝘲𝘶𝘢𝘭 𝘭𝘩𝘦 𝘤𝘰𝘯𝘷𝘦𝘯𝘩𝘢 𝘲𝘶𝘦 𝘤𝘢𝘥𝘢 𝘮𝘦𝘮𝘣𝘳𝘰 𝘥𝘢 𝘳𝘦𝘧𝘦𝘳𝘪𝘥𝘢 𝘧𝘢𝘮𝘪𝘭𝘪𝘢 𝘤𝘰𝘯𝘵𝘳𝘪𝘣𝘶́𝘢, 𝘢𝘧𝘪𝘮 𝘥𝘦 𝘱𝘦𝘳𝘧𝘢𝘻𝘦𝘳 𝘢 𝘪𝘮𝘱𝘰𝘳𝘵𝘢𝘯𝘤𝘪𝘢 𝘥𝘢 𝘤𝘭𝘢𝘶𝘴𝘶𝘭𝘢 1.ª, 𝘵𝘰𝘮𝘰, 𝘦𝘯𝘵𝘳𝘦𝘵𝘢𝘯𝘵𝘰, 𝘰 𝘢𝘭𝘷𝘪𝘵𝘳𝘦 𝘥𝘦 𝘦𝘴𝘵𝘪𝘱𝘶𝘭𝘢𝘳 𝘤𝘰𝘮𝘰 𝘥𝘦𝘷𝘦 𝘤𝘰𝘯𝘤𝘰𝘳𝘳𝘦𝘳 𝘤𝘢𝘥𝘢 𝘶𝘮, 𝘢𝘱𝘱𝘳𝘰𝘹𝘪𝘮𝘢𝘥𝘢𝘮𝘦𝘯𝘵𝘦, 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘢 𝘢𝘭𝘭𝘶𝘥𝘪𝘥𝘢 𝘴𝘶𝘣𝘴𝘤𝘳𝘪𝘱𝘤̧𝘢̃𝘰:
𝘑𝘰𝘴𝘦́ 𝘥𝘦 𝘚𝘰𝘶𝘻𝘢 𝘓𝘪𝘮𝘢 30:0008000; 𝘕𝘰𝘦́ 𝘓𝘪𝘮𝘢 5:0008000; 𝘑𝘰𝘢̃𝘰 𝘍𝘢𝘤𝘦𝘪𝘳𝘰 𝘓𝘪𝘮𝘢 5:0008000; 𝘑𝘰𝘢̃𝘰 𝘋𝘶𝘲𝘶𝘦 𝘊. 𝘓𝘪𝘮𝘢 5:0008000; 𝘝𝘪𝘶𝘷𝘢 𝘍𝘢𝘤𝘦𝘪𝘳𝘰 𝘓𝘪𝘮𝘢 4:0008000; 𝘝𝘪́𝘶𝘷𝘢 𝘗𝘦𝘥𝘳𝘰 𝘓𝘪𝘮𝘢 3:000$000; 𝘊𝘩𝘪𝘤𝘰́. 𝘓𝘪𝘮𝘢 3:000$000 𝘦 𝘑𝘰𝘢𝘲𝘶𝘪𝘮 𝘍𝘢𝘤𝘦𝘪𝘳𝘰 𝘓𝘪𝘮𝘢 - 5:000$000.
𝘊𝘰𝘮𝘱𝘳𝘰𝘮𝘮𝘦𝘵𝘵𝘰-𝘮𝘦 𝘴𝘰𝘣 𝘱𝘢𝘭𝘢𝘷𝘳𝘢 𝘥𝘦 𝘩𝘰𝘯𝘳𝘢, 𝘴𝘦 𝘦𝘮 𝘤𝘢𝘴𝘰 𝘥𝘦 𝘢𝘯𝘶𝘦𝘯𝘤𝘪𝘢 𝘥𝘢𝘴 𝘤𝘰𝘯𝘥𝘪𝘤̧𝘰̃𝘦𝘴 𝘦𝘹𝘱𝘰𝘴𝘵𝘢𝘴, 𝘯𝘢̃𝘰 𝘦𝘮𝘣𝘢𝘳𝘢𝘤̧𝘢𝘳 𝘥𝘦 𝘧𝘰́𝘳𝘮𝘢 𝘢𝘭𝘨𝘶𝘮𝘢 𝘢 𝘮𝘢𝘳𝘤𝘩𝘢 𝘥𝘦 𝘴𝘦𝘶𝘴 𝘪𝘯𝘵𝘦𝘳𝘦𝘴𝘴𝘦𝘴 𝘲𝘶𝘦𝘳 𝘱𝘦𝘴𝘴𝘰𝘢𝘭, 𝘲𝘶𝘦𝘳 𝘮𝘢𝘵𝘦𝘳𝘪𝘢𝘭. 𝘊𝘰𝘮𝘱𝘳𝘰𝘮𝘦𝘵𝘵𝘰-𝘮𝘦 𝘰𝘶𝘵𝘳𝘰𝘴𝘪𝘮, 𝘯𝘢̃𝘰 𝘧𝘢𝘻𝘦𝘳 𝘢 𝘮𝘦𝘯𝘰𝘳 𝘳𝘦𝘷𝘦𝘭𝘢𝘤̧𝘢̃𝘰 𝘥𝘰 𝘢𝘴𝘴𝘶𝘮𝘱𝘵𝘰, 𝘤𝘰𝘮𝘰 𝘵𝘢𝘮𝘣𝘦𝘮 𝘢𝘥𝘮𝘪𝘵𝘵𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘥𝘢 𝘱𝘢𝘳𝘵𝘦 𝘥𝘰𝘴 𝘳𝘦𝘴𝘱𝘰𝘯𝘴𝘢𝘷𝘦𝘪𝘴 𝘯𝘢𝘥𝘢 𝘥𝘦𝘷𝘦 𝘴𝘦𝘳 𝘵𝘳𝘢𝘯𝘴𝘱𝘪𝘳𝘢𝘥𝘰, 𝘴𝘢𝘭𝘷𝘰 𝘦𝘮 𝘤𝘢𝘴𝘰 𝘥𝘦 𝘳𝘦𝘴𝘰𝘭𝘶𝘤̧𝘢̃𝘰 𝘤𝘰𝘯𝘵𝘳𝘢𝘳𝘪𝘢, 𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘴𝘦𝘳𝘢́ 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘮𝘪𝘮 𝘪𝘯𝘥𝘪𝘧𝘧𝘦𝘳𝘦𝘯𝘵𝘦.
𝘙𝘦𝘴𝘱𝘰𝘴𝘵𝘢 𝘱𝘦𝘭𝘰 𝘮𝘦𝘴𝘮𝘰 𝘱𝘰𝘳𝘵𝘢𝘥𝘰𝘳, 𝘰𝘶 𝘴𝘦𝘫𝘢 𝘢𝘵𝘦́ 𝘢́𝘴 𝘯𝘰𝘷𝘦 𝘩𝘰𝘳𝘢𝘴 𝘥𝘢 𝘯𝘰𝘪𝘵𝘦 𝘥𝘦 𝘢𝘮𝘢𝘯𝘩𝘢̃; 𝘴𝘰́ 𝘴𝘦 𝘧𝘢𝘳𝘢́ 𝘱𝘳𝘦𝘤𝘪𝘴𝘰, 𝘴𝘪 𝘧𝘰𝘳 𝘢𝘵𝘵𝘦𝘯𝘥𝘦𝘯𝘥𝘰 𝘢𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘴𝘦 𝘳𝘦𝘧𝘦𝘳𝘦 𝘢 𝘤𝘭𝘢𝘶𝘴𝘶𝘭𝘢 𝘐𝘝;
𝘝𝘐 𝘌𝘮 𝘤𝘢𝘴𝘰 𝘤𝘰𝘯𝘵𝘳𝘢𝘳𝘪𝘰, 𝘯𝘢̃𝘰 𝘱𝘳𝘦𝘤𝘪𝘴𝘢𝘳𝘢́ 𝘱𝘰𝘳𝘵𝘢𝘥𝘰𝘳, 𝘥𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘢 𝘦𝘯𝘵𝘦𝘯𝘥𝘦𝘳 𝘲𝘶𝘦 𝘯𝘢𝘥𝘢 𝘧𝘪𝘤𝘢𝘳𝘢́ 𝘢𝘴𝘴𝘦𝘯𝘵𝘢𝘥𝘰 𝘴𝘰𝘣𝘳𝘦 𝘰 𝘢𝘴𝘴𝘶𝘮𝘱𝘵𝘰.
18 – 09 – 1930. — 𝘔𝘢𝘯𝘰𝘦𝘭 𝘝𝘪𝘤𝘵𝘰𝘳.”
Respeitando a grafia da época.*
Em novembro do mesmo ano, Manoel Victor e seu bando transitavam na fazenda Olha D'Água, propriedade de Antônio Rodrigues, então prefeito de Piranhas/AL. Segundo informações, Manoel Victor e Manoel Laranjeiras pretendiam atacar a cidade, entretanto, sem sucesso.
Nos anos de 1934, o cangaceiro acabou se filiando ao partido comunista. Participava ativamente das reuniões, chegando a ser convidado para estar presente na Intentona Comunista de 1935, que seria idealizada pelo ex-revoltoso Luís Carlos Prestes no objetivo de derrubar o governo de Vargas. Porém, achando que o partido não tinha chances de dar algum golpe, acabou não aceitando.
No final de 31 de maio para o começo de junho do ano de 1937, na região de Tacaratu, o comando de Manoel acaba aterrorizando a cidade e imediações. Embosca o comerciante João Toceiro em frente ao seu sítio; atiram contra o mesmo, mas felizmente as balas não o pegam. Ainda nesse período, os cangaceiros tomaram a casa do agricultor conhecido por Juca, onde foi roubado, teve sua casa incendiada e, logo em seguida, foi barbaramente morto. Ainda no rastro de destruição, Manoel penetrou na casa do inspetor de quarteirão Manoel Vieira, de Brejo dos Padres, ateando fogo em sua morada e ferindo a mão do militar. Disparou duas vezes contra Antônio Pretinho, morador do sítio Balthazar, de José Lima, errando outra vez, conseguindo Pretinho fugir do local; a casa sede foi incendiada. A fazenda Gato, pertencente a um funcionário do judicial tacaratuense, segue o mesmo destino. No povoado Barra da Quixaba, no dia 2 de junho de 1937, Manoel Victor e bando invadiram a casa do agricultor Hormindo. Depois de assassina-lo, chicoteia a mulher do morto (que era prima do cangaceiro), ferindo também o filho do casal, o menino Guiomar. O motivo do crime foi pelo simples fato do romance de sua prima com o pacato morador.
Após esses atos de terror, fora mandada uma força volante, comandada pelo tenente Arlindo Rocha (conhecido Queixo de Prata), para averiguar a área e dar combate ao grupo de Victor. Dentre os soldados de Arlindo, se encontrava o pernambucano volante-rastejador Gerôncio Calaça, que se destacava diante da tropa.
No dia 20 de junho de 1937, acompanhado do soldado Toinho Rocha, procurava o rastro do temido cangaceiro, e acabou conseguindo achar. Victor estava junto com outro cabra seu, na Serra da Fonte Grande, perto da região conhecida como Brejinho. Presenciando os dois soldados, Manoel dispara contra ambos e corre em ligeira carreira. Gerôncio é atingido e cai no chão; entretanto, o tiro pegou em seus equipamentos, não o ferindo gravemente. E Toinho sustenta o fogo, protegendo o seu colega.
Recuperado do susto, os dois volantes saem na procura de suas caças. Avistam Manoel Victor subindo pela serra inclinada que tinha no local, e sem perder tempo, Gerôncio abate aquele alvo fácil. O outro cangaceiro conseguiu fugir. Vão até o corpo do mal feitor e o enterram na área. Retornam para a localidade à noite, e dão a notícia para seus superiores sobre o combate e a morte do bandido.
No dia seguinte, os familiares do bandoleiro diziam aos quatro cantos do mundo que aqueles soldados não tinham matado Manoel Victor, que o estavam enganando, e o verdadeiro tinha sobrevivido e fugido do estado. Gerôncio e Toinho, ouvindo esse boato, retornando novamente para a cena do combate, desenterram o defunto e o levam para Tacaratu no lombo de um jumento. Ao chegarem, amarram o corpo do mesmo em uma tábua e expõem nas grades da cadeia da cidade, comprovando então que tinham matado o facínora; pedindo ainda que fosse fotografado o momento, espalhando a foto em feiras e jornais que noticiaram o feito dos militares.
E assim morreu um conhecido e temido cangaceiro da região pernambucana, que vendeu seu emprego sossegado e vida tranquila para comprar uma guerra hedionda e uma vida resumida em sangue, roubos e perseguições.
𝐹𝑂𝑁𝑇𝐸𝑆: 𝐷𝑖𝑎́𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑃𝑒𝑟𝑛𝑎𝑚𝑏𝑢𝑐𝑜 - 1930; 𝑗𝑜𝑟𝑛𝑎𝑙 𝐷𝑖𝑎́𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑎 𝑀𝑎𝑛𝒉𝑎̃/𝑃𝐸 - 1937; 𝑗𝑜𝑟𝑛𝑎𝑙 𝐴 𝑁𝑜𝑖𝑡𝑒/𝑅𝐽 - 1937; 𝑏𝑙𝑜𝑔 𝑑𝑜 𝑀𝑒𝑛𝑑𝑒𝑠; 𝐻𝑒𝑙𝑡𝑜𝑛 𝐴𝑟𝑎𝑢́𝑗𝑜 - 𝐶𝑎𝑛𝑔𝑎𝑐̧𝑜 𝐸𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜; 𝑂𝑓𝑖́𝑐𝑖𝑜 𝑑𝑎𝑠 𝐸𝑠𝑝𝑖𝑛𝑔𝑎𝑟𝑑𝑎𝑠 - 𝑅𝑒𝑛𝑎𝑡𝑜 𝑀𝑎𝑟𝑐𝑖𝑜 𝐶𝑎𝑟𝑑𝑜𝑠𝑜; 𝑠𝑖𝑡𝑒 𝐶𝑎𝑢𝑠𝑜𝑠 𝑒 𝐹𝑎𝑡𝑜𝑠; 𝑠𝑖𝑡𝑒 𝐹𝑎𝑚𝑖𝑙𝑦𝑆𝑒𝑎𝑟𝑐𝒉.
Lampião, Cangaço e Nordeste _ (Facebook)
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