Quando conheci o Cazuza, todos fazíamos loucura. Mas ele não era tudo isso que as pessoas dizem. Você chegava na casa dele e o Cazuza estava lendo Nietzsche, já tinha ido à praia, ele comia camarão com chuchu, sabe? Era extremamente bem informado, viajado, intelectual mesmo. É triste só ligarem ele à coisa de ser porra louca. A doença [Aids] criou esse rótulo doidão. Não tem nada a ver com a qualidade da música dele, do grande amigo que ele era, o grande protetor, irmão, que na madrugada ia te levar de carro em casa. Quem leva alguém às 4h hoje? Ele ficava com medo que eu dirigisse e me levava, olha que fofo? A gente passava na padaria Ipanema, pegava um pão que estava saindo, ia pra casa. Sim, ficávamos acordados a noite inteira. Mas a gente tomava café da manhã, dormíamos três horas e íamos pra praia de novo. Ressaca. Eram outros tempos, era muito, muito legal, era outra vida. (Bebel Gilberto)
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