A Capela dos Mártires do Rio Grande do Norte




A Capela dos Mártires do Rio Grande do Norte

A Capela de Nossa Senhora das Candeias no Engenho de Cunhaú, Rio Grande do Norte, foi construída no início do Século XVII
O Engenho Cunhaú foi o primeiro do Rio Grande do Norte e já se encontrava em atividade em 1614. Ele foi erguido na sesmaria transferida por Jerônimo de Albuquerque Maranhão (1548-1618), fundador da cidade de Natal e conquistador do Maranhão aos seus filhos, António e Matias, e permaneceu com esta mesma família até 1925.
Localiza‐se na várzea do Rio Cunhaú, no extremo sul da capitania, e até ao século XIX marcava o limite norte da área de produção açucareira vinculada a Pernambuco.
Em 1810, foi descrito como magnífico e feudal pelo viajante inglês Koster. As origens da capela da propriedade, com invocação de Nossa Senhora das Candeias, confundem‐se com as do próprio engenho, visto que ela já existia aquando da invasão holandesa, na primeira metade do século XVII. Em 1645, após uma missa, cerca de setenta pessoas, incluindo o Padre André de Soveral, foram assassinadas no seu interior, pelos holandeses e índios aliados. Com isto, a capela transformou‐se em local de peregrinação
Este massacre, conhecido como Massacre de Cunhaú, foi seguido por outro, em Uruaçu, São Gonçalo do Amarante, em 3 de outubro do mesmo ano, onde mais 80 pessoas foram mortas. As vítimas em ambos os locais foram beatificadas e são conhecidas como Mártires de Cunhaú e Uruaçu, sendo o dia 3 de outubro um feriado estadual no Rio Grande do Norte em homenagem a eles.
Cunhaú era o principal núcleo econômico do Rio Grande do Norte. Em 1630 o Engenho Cunhaú produzia de 6 a 7.000 arrobas (88 a 103 toneladas) de açúcar, ali morando 60 ou 70 homens com suas respectivas famílias. Durante o período do domínio holandês, Cunhaú foi confiscado, passando às mãos de diversos proprietários. Após a expulsão dos holandeses, o engenho reverteu ao domínio da família Albuquerque Maranhão, com ela permanecendo até a terceira década do século passado, constituindo-se em uma verdadeira Casa Hereditária através das gerações varonis que ali sucederam
Em 1929, quando visitada por Mário de Andrade, a capela já estava arruinada. Persistiam as paredes da nave, da capela‐mor e da sacristia (em alvenaria de pedra regularizada por tijolos), e o arco‐cruzeiro, em cantaria, mas restavam apenas escombros da fachada de tijolos, com características formais do século XVIII. Em 1964, essas ruínas foram classificadas pelo IPHAN, e em 1986 foram concluídas obras de reconstrução.
Créditos a Canindé Soares, Severino Alves Neto, Rodrigo Cantarelli, Márcio Edoardo Florêncio e Geraldo Maia pelas imagens






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