CAJUÍNA... UMA BEBIDA DE ORIGEM INDÍGENA, CONHECIDA NAS PRAIAS DO CAMOCIM DESDE 1662 - Por João Bosco Gaspar
CAJUÍNA... UMA BEBIDA DE ORIGEM INDÍGENA, CONHECIDA NAS PRAIAS DO CAMOCIM DESDE 1662. No ano de 1662, segundo relato do ouvidor-geral do Estado Colonial do Maranhão (o Ceará era uma das três capitanias reais do Estado do Maranhão, criado em 1621), Maurício de Heriarte, os índios das praias do CAMOCIM, já se deliciavam com o tradicional “Vinho de Caju”, colhidos a partir do mês de outubro. Diz Heriarte: “Do Pereá athé as serras do Camuci, a que chamam as serras de Iguapába (Ibiapaba), ha cem legoas de caminho, pela costa do mar, de formosas prayas, donde sae muito ambar; e nessas prayas andam muitos Barbaros de corso, como sâo Cururis, e outros que baixam ás comedias da pesca, e d'huma fructa a que chamam Cajus, que pelo mez de Outubro e Novembro se colhe, de que fazem cantidade de vinho os Aruatis e outros”. Trecho do livro “Descripção do Estado do Maranhão, Pará, Curupá e Rio das Amazonas”, p. 14-15, escrito pelo ouvidor-geral do Maranhão, Maurício de Heriarte, no ano de 1662 e publicado no ano de 1720. Por sua vez, os índios tremembés, habitantes da costa Leste-Oeste (do Aracaty-Mirim até a Tutóya), eram exímios fabricantes desse delicioso vinho, usado, tradicionalmente, nas comemorações de suas batalhas. No entanto, o médico farmacêutico e escritor Rodolpho Teophilo é reconhecido publicamente como o “inventor da cajuína”. De fato, foi Rodolpho Teophilo, que a partir da pasteurização e outras inovações levadas a efeito no ocaso do século XIX, em Fortaleza-CE, patenteou a cajuína como “uma bebida espumosa, denominada champagne de caju”. Essa patente foi registrada no ano de 1904, junto ao Ministério da Agricultura, no Rio de Janeiro, sob o nº 4169.
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