Santa Teresinha do Menino Jesus, uma devoção sexagenária na Vila Lamaju – Farias Brito - Maria Laice Almeida
Santa Teresinha do Menino Jesus, uma devoção sexagenária na Vila Lamaju – Farias Brito.
A devoção a Santa Teresinha do Menino Jesus na Vila Lamaju, em Farias Brito, nasceu da fé e da esperança de Aurélio Liberalino de Menezes e de sua esposa, Teresinha Almeida de Menezes. Pois, quando dona Terezinha adoeceu gravemente, Aurélio, tomado pela aflição, elevou aos céus uma promessa: se a esposa fosse curada, edificaria uma capela em honra à Santa das Rosas e, além disso, destinaria os terrenos vizinhos para um loteamento popular, de modo a oferecer morada digna às famílias mais pobres.
Eis que a graça foi alcançada e, em cumprimento ao voto, Seu Aurélio mandou erguer o nicho naquele lugar, ainda desabitado, chamado de Malhada da Areia. A partir desse gesto, surgiu o nome Lamaju, cuja formação se deu pela junção dos topônimos Lagoa, Maxio e Juá, três propriedades do seu fundador. A denominação, carregada de sentido e memória, foi sugerida pelo Padre Orlando Tavares durante a primeira missa celebrada em honra à “Santinha de Lisieux”. Era o dia 3 de outubro de 1961.
Desde então, a fé transformou-se em tradição. Assim, ano após ano, as novenas eram conduzidas, piedosamente, por dona Terezinha, enquanto, ao término das orações, a banda cabaçal enchia de música e alegria o coração dos fiéis. Porquanto, religiosidade e cultura se entrelaçavam, e a comunidade encontrava naquele espaço sagrado, não apenas um altar de louvores, mas um palco de preservação das manifestações populares e folclóricas.
Por conseguinte, a criação da Vila Lamaju não se resumiu a um simples cumprimento de uma promessa, mas perseverou como símbolo de fé, gratidão e solidariedade. A memória de Aurélio Liberalino de Menezes e Terezinha Almeida continua viva, pois cada celebração em honra à “Santa das Rosas” reacende o gesto generoso de seus fundadores, perpetuado pela comunidade que guarda, com carinho e devoção, o legado que lhes foi consagrado pela ancestralidade. Maria Laice Almeida
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