A Família Correia Lima de Várzea Alegre e sua ramificação na Cidade de Iguatu (3): Virgílio Correia lima
Virgílio Correia Lima. Nasceu em Várzea Alegre, em 26 de março de 1889. Foram seus padrinhos Francisco Moisés de Carvalho e Raymunda Alves Bezerra. Desde cedo, demonstrou interesse pelos estudos e, por ser aluno aplicado e de desenvolvimento intelectual elevado, foi encaminhado para estudar no Colégio Liceu do Ceará, em Fortaleza. Na Capital do Estado não concluiu os estudos, em decorrência de problemas de saúde, sendo, por conselho médico, encaminhado para a cidade natal a fim de receber melhor tratamento junto aos pais. Mesmo sendo interrompido
12 Livros de Batizados de Várzea Alegre (1888/1893)
precocemente das atividades escolares, o jovem Virgílio não abandonou os livros, tornando-se autodidata e adquirindo conhecimentos suficientes para interagir intelectualmente com desenvoltura em qualquer circunstância. Escrevia corretamente e possuía o dom da oratória. Fixou residência em Iguatu, aos dezoito anos, em 1907. Inteligente, ativo, era vocacionado para o empreendedorismo e para o associativismo. Assim como os dois irmãos, Joaquim e Gustavo, também, abriu loja comercial em Iguatu, mas, antes de se tornar proprietário, passou pela experiência de gerenciar uma loja de tecidos nessa cidade. Com o apoio dos irmãos e com a vibração da sua força de trabalho, em poucos anos já era dono de loja te tecidos e de um armazém de secos e molhados. Moço de agradável desenvoltura social, de caráter incontestável, de família abastada e de poder econômico ascendente, não tardou para desposar uma das senhorinhas da mais fina sociedade de Iguatu, Anna Barreto de Oliveira (Anita), em 9 de janeiro de 1911, filha do Coronel José Adolfo de Oliveira e de Maria Leopoldina Barreto Tocantins. Consta na crônica iguatuense com tendo sido uma das mais luxuosas recepções já vista naquela época. Em 15 de maio de 1924, inaugurou a sua belíssima casa de morada, residência de esquina, em frente à Praça Gonçalves de Carvalho, para abrigar a sua família, para acolher familiares e para utilizá-la nas concorridas reuniões e festas sociais. Virgílio Correia Lima era amigo do Pe. Cícero Romão Batista e do médico particular do padre Cícero, Dr. Floro Bartolomeu, motivo pelo qual apoiou e se envolveu destemidamente no movimento (1913/1914) que culminou na deposição de Franco Rabelo (março de 1914). Um mês após a queda do Governo Rabelo, Virgílio Correia Lima conseguiu a nomeação do Coronel José Adolfo de Oliveira, destacado agropecuarista e comerciante, seu sogro, para o cargo de Intendente Municipal de Iguatu e, em 1915, Virgílio elegeu-se Deputado Estadual. Após o término do mandato, no final de 1916, retornou a dedicar-se a vida empresarial. Na década de 1920, já possuía 28 casas para aluguel; a fábrica Santa Margarida com uma linha para extração da pluma do algodão e uma outra linha para o beneficiamento do arroz; loja de tecidos e armazém de estivas. Virgílio Correia Lima, em face da falta de estrutura e de organização do comércio local, uniu comerciantes e autoridades para discutirem projetos para que o comércio melhor atendesse a população da cidade e região. Com essa iniciativa surgiu a ideia da criação da Associação Comercial de Iguatu, fundada em A Família Correia Lima de Várzea Alegre e sua ramificação na Cidade de Iguatu 20 de junho de 1923, em que o seu principal idealizador, Virgílio Correia Lima, foi escolhido como o primeiro presidente da entidade. Até os dias atuais, essa tem sido uma entidade, sobremodo, operosa e de fundamental importância para a economia da cidade. Foi, também, quem lançou a ideia da criação da Associação dos Auxiliares do Comércio de Iguatu, fundada em 11 de outubro de 1921. Trabalhou em campanhas para a criação de uma escola Comercial e para a fundação do Banco do Brasil, liderando-as em Iguatu. Fundou o primeiro clube esportivo “Iguatu Futebol”, do qual foi seu sócio e presidente.
13 Virgílio Correia Lima foi um grande benfeitor de Iguatu, e o seu nome deve ser perenizado no panteão dos homens que dignificaram a terra da Telha pelo trabalho, pelo empreendedorismo e pela dignidade. Faleceu em Iguatu, em 24 de outubro de 1968, aos 79 anos.
14 Padre Antônio Vieira pronunciou eloquente discurso, na Câmara Federal, em 29 de outubro de 1968, discorrendo sobre a trajetória e as virtudes do seu conterrâneo varzealegrense e, também, seu “conterrâneo” de Iguatu, Coronel Virgílio Correia Lima. Apresentaremos, a seguir, pequeno trecho do pronunciamento do Padre Vieira, que foi publicado no jornal O POVO, em 19 de novembro de 1968:
13 Terra Cearense. Organizado no governo do Dr. José Moreira da Rocha. Fortaleza, CE, 1925.
14 Cartório de Iguatu. Livro de Óbitos L – C 28 (1966/1970), página 63. APEC. Nota: Consta no óbito que o Cel. Virgílio Correia nasceu em 26 de março de 1891. Também, encontrei em outras anotações de que ele havia nascido em 26 de março de 1890. Mas, a data correta é 26 de março de 1889, assim como está no livro eclesiástico, de batizados, da cidade de Várzea Alegre (1888/1893).
Fonte: https://www.institutodoceara.org.br/revista/Rev-apresentacao/RevPorAno/2022/2022-08-FamiliaCorreiaLima-JHLVM.pdf
Casado com Ana de Oliveira Correia (Anita), Filhas: Antonieta, Margarida, Valquíria, Herbênia e Helena,
Do livro de J. Ferreira, Várzea Alegre, Minha Terra, Minha Gente
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