Ficção aborda as marcas provocadas pela pobreza e a justiça negada na ditadura militar
Em "Entre Montanhas e Predições", Felipe de Caux entrelaça profecias com estruturas sociais que invisibilizam classes sociais no Brasil
Marcada desde o nascimento por um presságio na forma de uma mancha no rosto e posteriormente por previsões de uma cartomante, Madalena cresce sob a sombra de destinos trágicos. É nessa atmosfera que Felipe de Caux, em Entre Montanhas e Predições, expõe as diferenças entre as classes sociais, revelando
Ambientada no interior de Minas Gerais, a trama começa com a protagonista já idosa em um asilo, onde sua história é reconstruída
Entre todas as dores e perdas, o desaparecimento do jovem promissor Francisco, levado pelos militares durante a ditadura, é a ferida que a assombrou por anos,
Nestes anos vieram também as esperanças. A Comissão da Verdade foi criada para investigar os crimes da época da ditadura militar, assim como as mortes e desaparecidos. Parecia que os esquecidos seriam finalmente lembrados, e por um tempo achou que sua espera chegaria ao fim; no entanto, apesar de reconhecerem os crimes, nada mudou, e ninguém foi punido. Os desaparecidos continuaram perdidos, ou para ser mais exato, enterrados. (Entre montanhas e predições, p. 222)
Ao transformar sofrimentos reais em matéria literária, Felipe de Caux constrói um romance que denuncia, emociona e resgata aquilo que a história oficial tantas vezes tentou apagar. Na personagem central, o leitor encontra não apenas uma mulher marcada por fatalidades, mas o espelho de uma população que aprendeu a enfrentar perdas, cultivar esperança e reinventar a própria resistência diante
Com forte carga imagética, poética e
FICHA TÉCNICA
Título: Entre montanhas e predições
Autor: Felipe de Caux
Editora: Urutau
ISBN: 9978-65-5900-905-3
Páginas: 236
Preço: R$ 58,00
Onde encontrar: Editora Urutau
Sobre o autor: O mineiro Felipe de Caux é pediatra e nefrologista pediát
- Instagram: @felipedecaux
Comentários
Postar um comentário