Tenente Zé Rufino: o implacável perseguidor do cangaço

 


Tenente Zé Rufino: o implacável perseguidor do cangaço que recusou o convite de Lampião

O tenente José Rufino de Melo, conhecido na história nordestina como Zé Rufino, nasceu no fim do século XIX em Serra Talhada, no sertão de Pernambuco, região marcada por conflitos, seca e pela presença constante do cangaço. Forjado nesse ambiente duro, ele se tornaria um dos mais temidos e respeitados oficiais das forças volantes que combateram Lampião e seus seguidores durante as décadas de 1920 e 1930.
Zé Rufino construiu sua fama pela eficiência e pela rigidez com que conduzia as perseguições aos bandos cangaceiros. Diferente de muitos combatentes da época, que alternavam alianças conforme a conveniência, ele ficou conhecido por manter uma postura inflexível contra o cangaço. Liderando volantes em Pernambuco, Bahia e Alagoas, participou de inúmeras emboscadas, cercos e confrontos armados, sendo responsável direto pela morte de vários cangaceiros e pela desarticulação de grupos inteiros que atuavam no sertão.
Sua atuação era marcada por profundo conhecimento da caatinga, disciplina militar e uso constante da inteligência local, fatores que o tornaram um adversário especialmente perigoso para Lampião. Não por acaso, seu nome passou a circular entre os cangaceiros como sinônimo de ameaça real, alguém que não recuava e não aceitava acordos fáceis.
Curiosamente, apesar de ser um dos seus maiores inimigos, Zé Rufino teria sido convidado pelo próprio Lampião para integrar o cangaço. O convite, segundo relatos históricos, partiu do reconhecimento da coragem, da habilidade em combate e da liderança do tenente. A resposta foi imediata e definitiva: Zé Rufino recusou qualquer possibilidade de aliança, reafirmando seu compromisso com a repressão ao banditismo que assolava o sertão.
Após o fim do cangaço, com a morte de Lampião em 1938 e a gradual extinção dos bandos armados, Zé Rufino seguiu carreira militar até se afastar da vida ativa. Viveu seus últimos anos longe dos combates que o tornaram famoso e morreu em Jeremoabo, no estado da Bahia, encerrando a trajetória de um homem que se tornou símbolo do combate armado ao cangaço.
Até hoje, o nome do tenente Zé Rufino provoca debates e paixões: para alguns, um herói da lei; para outros, um personagem duro de um tempo igualmente duro. O certo é que sua história está profundamente entrelaçada com o capítulo mais violento e emblemático do sertão nordestino.

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